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Cansada, mãe?

Lia Abbud é jornalista e uma das criadoras do @Fatigatis, um projeto de conteúdo sobre estresse materno que propõe estratégias em direção ao bem-estar físico e mental feminino.

Sem positividade tóxica, mas com consciência: o que a pandemia te ensinou?

Com o avanço da vacina, as escolas reabrindo e um novo normal no horizonte, é inevitável não repensar nos quase 500 dias após o início da pandemia.

Por Lia Abbud
Atualizado em 19 jul 2021, 15h47 - Publicado em 18 jul 2021, 11h00
Mãe-refletindo-na-banheira
 (RossHelen/Getty Images)
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Neste mês de julho, apesar das tantas notícias negativas, me sinto esperançosa. Quase 500 dias após o início da quarentena, o cenário ainda é complexo, mas é possível enxergar luz no horizonte. Os marcos temporais sempre trazem novo fôlego e nos permitem fazer planos. Neste caso, o acontecimento é o início de um novo semestre, que vem com dois bônus.

O primeiro é o avanço do calendário vacinal no país, que nos dá a esperança de, em breve, voltar a conviver de perto com nossos familiares e amigos e a ter/ser rede de apoio no cuidado com filhos e casas. O segundo é a certeza de que as escolas estarão de portas abertas, o que já alivia a cabeça e o coração das mães, que andam aflitos com os prejuízos que a privação do convívio social está trazendo às crianças e adolescentes.

Também acredito que essa virada de semestre pode ser um momento propício para um exercício de reflexão sobre o que aprendemos nos últimos 15 meses. O que fizemos de diferente? Quais foram nossos grandes aprendizados? O que deixamos para trás? Que novidades incorporamos à nossa rotina?

É hora de respirar fundo e olhar para dentro

Sim, são muitas as perguntas, mas acho que vale a reflexão. Estudiosos do comportamento humano sempre defenderam que interrupções e traumas criam oportunidades de crescimento e mudança. E o que foi a pandemia senão um período turbulento que mudou totalmente a forma como nos relacionamos, trabalhamos, cuidamos, dormimos, nos alimentamos e educamos?

De acordo com Laurie Santos, professora de psicologia de Yale, há “abundantes evidências do chamado crescimento pós-traumático – o fato de podermos sair mais fortalecidos e com um pouco mais de sentido nas nossas vidas depois de passar por eventos negativos”.

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Katy Milkman, professora da Wharton School que concentra seus estudos na ciência dos novos inícios, enxerga este recomeço pós-pandemia como uma oportunidade transformação sem igual. “Temos uma página em branco. Tudo está sobre a mesa para um novo começo.”

Semestre, vacina, escolas abertas, possibilidade de pensar em viajar novamente seriam, de acordo com Milkman, efeitos psicológicos capazes de criar em nós o propósito do novo começo. “Como será a rotina do almoço? O que é nossa rotina de exercícios físicos? É preciso repensar as oportunidades. Como queremos que seja um dia de trabalho?”, exemplifica.

Essas informações me deram certo ânimo para encarar o segundo semestre. Não se trata de positividade tóxica. Tenho consciência de que teremos de lidar com mazelas, desemprego, crise econômica, política… Sabemos que o cenário ainda é muito difícil. Mas se tiver interesse nessa reflexão, vá fundo.

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Só que antes, organize a agenda! 

Se precisar de solitude, comunique essa necessidade aos demais integrantes da casa para evitar interrupções indesejadas no seu processo. Escolhe sua poltrona e suas almofadas mais confortáveis, pegue sua bebida e comece uma auto-observação.

Se preferir, use um caderno e faça anotações. Ou desenhos. Caminhadas também são um bom convite para essas avaliações. Ou na hora do banho? Enfim, para darmos sentido a tudo isso que estamos vivendo é importante fazer a pergunta: o que aprendemos até aqui? Eu vou mergulhar e você?

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