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Olimpíadas: entenda a polêmica sobre a amamentação dos filhos das atletas

Depois de receber críticas por proibir a presença das famílias nos Jogos, o comitê organizador permitiu o aleitamento pelas esportistas com ressalvas.

Por Flávia Antunes
28 jul 2021, 13h28

Para que os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, pudessem ocorrer durante a pandemia, o comitê organizador precisou adotar medidas sanitárias rígidas, como a proibição de que as famílias dos atletas participantes comparecessem ao evento.

Mas a decisão não agradou a todos, principalmente às esportistas com filhos, que reclamaram de ter que escolher entre os jogos e os pequenos. O caso ficou ainda mais delicado quando a nadadora espanhola, Ona Carbonell, revelou que foi impedida de amamentar o menino Kai, de apenas 11 meses, e por isso decidiu deixá-lo em casa.

Diante deste cenário de críticas, os organizadores decidiram voltar atrás e abrir uma exceção para as mães que estão na fase de aleitamento. No entanto, ficou estabelecido que os bebês não poderiam se hospedar na Vila Olímpica com as atletas e precisariam ficar em um hotel separado.

De acordo com o pronunciamento em entrevista coletiva, o protocolo seria uma forma de minimizar os riscos de contágio pela covid-19. “Tentamos encontrar soluções para as mães atletas que amamentam”, disse o diretor executivo das Olimpíadas, Christophe Dubi. “Claro que não queremos que uma atleta que esteve treinando nos últimos anos e que deu à luz recentemente tivesse que fazer essa escolha”, acrescentou.

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A difícil decisão de deixar o filho em casa

Embora a medida em relação à amamentação tenha sido alterada, ela continuou sendo alvo de polêmicas nas redes sociais. Em um vídeo no instagram, a nadadora da Espanha contou que decidiu não levar o pequeno aos Jogos, já que por conta das restrições a logística seria complicada e ela teria que deixar o filho no hotel com o parceiro, Pablo, durante a estadia.

“Eu tive que tomar uma decisão difícil… porque as imposições do governo japonês não são compatíveis com minha performance de atleta e com estar com minha família ao mesmo tempo”, afirmou ela.

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Carbonell completou dizendo que as idas e vindas para amamentar o seu pequeno fora da Vila seria ainda mais perigoso para ela e os outros participantes. “Para amamentar Kai sempre que ele quisesse mamar durante o dia, eu teria que sair e ir até o hotel, arriscando a saúde da minha equipe durante os Jogos Olímpicos”, comentou.

A atleta britânica Naomi Folkard, que compete na modalidade arco e flecha, também se pronunciou, revelando que ordenhou 75 frascos de leite para a filha Emily, de cinco anos, antes de partir para o Japão, e que as mudanças nos protocolos chegaram tarde demais, não permitindo alterar seus planos.

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“Eu teria que extrair (leite) quando estivesse no quarto do hotel ou na competição, e de alguma forma teria que manter o leite frio e me assegurar de que teria o suficiente para a minha filha”, pontuou.

Outra ressalva veio de Paula Manley, administradora do departamento de La Leche League Alliance for Breastfeeding Education, que alertou que as restrições podem ter efeitos prejudiciais nas aletas que amamentam. Segundo ela, as mães podem experimentar mudanças hormonais e há até o risco de infecções nos seios por conta da interrupção do aleitamento.

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Atletas que levaram os pequenos aos Jogos

Mesmo com as ressalvas impostas, algumas mães resolveram levar seus filhos às Olímpiadas mesmo assim, como a maratonista norte-americana Aliphine Tuliamuk, que compartilhou no Instagram uma foto com a pequena Zoe, agradecendo a todo o suporte que teve durante o período e pela permissão dada pelo comitê organizador.

“Que alívio não ter que imaginar minha filha em fase de amamentação estando a quilômetros de distância de mim”, postou ela. “Obrigada ao Comitê Olímpico Internacional e a todo o país do Japão por assegurar que as lactantes não tivessem que escolher entre seus bebês e suas carreiras”, completou. 

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Mais um exemplo foi a jogadora de basquete canadense Kim Gaucher, que compartilhou fotos antes de embarcar para o Japão com sua filha, Sophie, e o marido, Ben. Antes disso, a mãe já havia postado um vídeo com a pequena, em que comemora a possibilidade de levá-la para Tóquio.

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