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É verdade que o estresse pode afetar a amamentação?

É possível que o estado emocional da mãe reflita na disposição do bebê para mamar e até na produção do leite.

Por Flávia Antunes
13 jan 2021, 16h11

Por mais gostoso que possa ser o momento de sair da maternidade com o bebê nos braços, sabemos que não dá para romantizar o puerpério. Os hormônios estão a milhão, o sono é instável, sem falar na demanda emocional que acompanha a chegada do novo integrante da família.

Com tudo isso, é natural que a mãe vivencie períodos de estresse – isso quando ele não aparece na forma de baby blues ou de uma depressão pós-parto. Em todo o caso, além das consequências para a puérpera, pode surgir a preocupação com os impactos desse estado emocional no bebê, especialmente quando falamos de amamentação, um assunto ainda cercado de dúvidas.

A verdade é que, segundo a pediatra do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Flávia Nassif, o estresse pode de fato interferir na produção do leite materno. “Porque quando o indivíduo está estressado, o corpo libera algumas substâncias que diminuem a produção da prolactina, que é um dos principais hormônios responsáveis pela lactação”, explica.

Além da questão da quantidade de alimento, a condição da mulher pode interferir na sua dinâmica com o filho e em como ele vai reagir durante o aleitamento. “O binômio mãe-bebê funciona de certa forma como uma simbiose”, relata a médica. Assim, se ela não estiver totalmente disponível para o ato da lactação, é possível que o pequeno sinta e acabe mamando menos.

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“O estresse pode prejudicar esse momento, porque o bebê tem como referência o estado emocional da mãe, podendo ficar estressado também”, resume Flávia.

A especialista ainda aponta um último fator relacionado a esse esgotamento da mulher e capaz de influenciar a amamentação: a dieta. A produção do leite materno depende não só dos hormônios, como também do substrato – isto é, de uma alimentação saudável e balanceada, além de hidratação e descanso.

No entanto, muitas pessoas reagem ao estresse comendo menos ou de forma inadequada, o que pode vir a prejudicar o fornecimento do líquido pelo corpo. Saiba mais sobre a relação entre o cardápio da mulher e a lactação.

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Quando o estresse começa a ser prejudicial…

Às vezes a mulher se encontra mais agitada ou nervosa por algum evento pontual, mas a situação é passageira. Agora, quando o estresse é duradouro e começa a afetar suas atividades e a dinâmica do aleitamento de forma significativa, o melhor é procurar auxílio – de amigos, familiares, mas também de especialistas e até consultores de amamentação.

“O bebê vai sinalizar que as coisas não estão indo bem. Provavelmente ele ficará mais irritado pela menor disponibilidade de leite e pode haver um menor ganho de peso. Por isso, é muito importante pedir ajuda do pediatra, para que ele possa examinar a criança e fornecer algumas diretrizes para que a mãe volte a produzir o alimento”, recomenda a doutora.

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Mas claro que isso não exclui o papel do pai e da rede de apoio sólida, que poderá ajudar a mulher inclusive em suas tarefas do dia a dia. “É importante acionar essas pessoas para que tentem auxiliar com funções rotineiras, além de cuidarem da mãe e tranquilizarem o bebê”, aponta Flávia.

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