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Translucência nucal: o que é e quais valores são considerados normais

Entenda o importante exame realizado na 12ª semana de gravidez que pode apontar para o risco de malformações e alterações genéticas no bebê

Por Carla Leonardi
22 jun 2023, 13h41
Ultrassom: imagem de bebê dentro da barriga. É possível identificar todo seu corpinho.
 (YsaL/Thinkstock/Getty Images)
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O exame de translucência nucal (TN) é um dos mais importantes feitos na gestação para acompanhar o desenvolvimento do bebê, pois pode indicar precocemente alterações cromossomáticas, como a Síndrome de Down, malformações e até síndromes genéticas mais raras.

Ele é feito por meio de ultrassom abdominal, que pode ser complementado por via transvaginal, e deve ser realizado entre 11 semanas e 3 dias e 13 semanas e 6 dias. “O ideal é com 12 semanas”, explica Javier Miguelez, obstetra e especialista em Medicina Fetal do Fleury Medicina e Saúde.

O período tão específico – a 12ª semana – tem um motivo: é durante esse momento que se acumula o líquido no pescoço do bebê, e é justamente a sua medida que o exame avalia. “Acredita-se que esse líquido exista apenas nessa fase da gravidez, porque as conexões entre o sistema linfático e o sistema venoso ainda não se completaram”, aponta o médico. Assim, quando a medida da translucência nucal está aumentada, é provável que haja um atraso no desenvolvimento dessas conexões.

Entretanto, isso não significa, necessariamente, que há uma alteração cromossomática. A medida aumentada é um marcador de risco, mas está longe de ser uma certeza.

Mulher grávida fazendo exame de ultrassom. A foto está foca na barriga dela. Tem pele clara. O aparelho está sendo segurado por uma mão com luva. Ao fundo, é possível ver o monitor.
(Alex Raths/Thinkstock/Getty Images)
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Translucência nucal aumentada

“Antigamente, esse exame era considerado alterado quando a medida da TN era maior que 2,5 mm, mas, hoje, nós preferimos interpretar essa medida em função de outros parâmetros, como a idade materna e o comprimento do bebê“, ressalta o especialista. A partir daí, calcula-se um risco, que pode ser classificado como baixo (menor que 1 para mil), intermediário (entre 1 para 100 e 1 para 1000) ou alto (quando é maior que 1 para 100).

Nos casos em que o risco é intermediário ou alto, pode-se fazer um exame complementar chamado NIPT. Ele é não invasivo, já que procura DNA fetal na circulação sanguínea materna e é muito usado para descartar alterações, como a Síndrome de Down.

“Porém, se a translucência nucal estiver muito aumentada, acima de 3,5 mm, só o NIPT não é suficiente para descartar todas as condições genéticas que podem estar associadas”, alerta Miguelez. Nesses casos, ele explica que o mais indicado seria um teste invasivo chamado Biópsia de Vilo Corial. “Ele é realizado com uma agulha por via abdominal, em que se retira uma pequena quantidade de tecido da placenta para fazer estudos genéticos mais complexos”, afirma.

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Além disso, situações assim demandam uma avaliação detalhada da formação do bebê, com um ultrassom morfológico bem feito e outro complementar no segundo trimestre, com 20 semanas de gestação, além de uma ecocardiografia fetal (um exame específico do coração da criança).

Por fim, o especialista reforça que a maior parte dos fetos que tem a TN aumentada não apresenta nenhum problema. “Cerca de 97% daqueles que têm uma TN entre 2,5 mm e 3,5 mm são bebês normais”, afirma. Esse proporção diminui conforme a medida aumenta, “mas, na grande maioria das vezes, é apenas uma variação do normal”, finaliza Miguelez.

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