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“No segundo ultrassom morfológico, descobrimos a cardiopatia congênita”

Confessionário: leia o depoimento de Maria Polido, mãe que recebeu durante a gestação o diagnóstico da malformação do coração de seu filho

Por Carla Leonardi
12 jun 2023, 13h56
 (Maria Polido/Arquivo Pessoal)
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Em 12 de junho, celebra-se o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A data foi instituída para ressaltar a importância do diagnóstico precoce desse problema que afeta mais de 130 milhões de crianças ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As cardiopatias são alterações que surgem durante o desenvolvimento do bebê ainda na barriga da mãe – é por isso que os exames feitos durante a gravidez são essenciais.

Maria Polido, empreendedora de 38 anos, descobriu, em sua segunda gestação, que o pequeno a caminho tinha uma das mais graves cardiopatias: a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE). A malformação leva a um funcionamento insuficiente do coração, que bombeia menos sangue que o normal, demandando acompanhamento desde a gravidez e procedimentos cirúrgicos, como explica Maria a seguir, em depoimento emocionante. Confira!

“Me chamo Maria Polido, tenho 38 anos e sou casada com Antônio, de 40. Estamos juntos há 11 anos, temos a Maria Luísa, de 9, e sempre tivemos a vontade e o sonho de ter mais filhos. Até que, em julho de 2022, recebemos a notícia de que a nossa família iria aumentar: eu estava grávida do João Vitor.

Foi uma grande alegria para nós, principalmente quando descobrimos que seria um menino! Logo começamos todos os preparativos para a sua chegada. Eu fazia acompanhamento pré-natal corretamente, até que, na 27ª semana de gestação, durante o segundo exame de ultrassom morfológico, descobrimos que ele tinha uma cardiopatia congênita.

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Antes mesmo do diagnóstico preciso, meu obstetra me encaminhou ao especialista para a comprovação da cardiopatia e fomos para o Hospital e Maternidade Santa Joana, onde, por meio do exame de ecocardiografia fetal, tivemos a comprovação. João Vitor tinha umas das cardiopatias mais graves, a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE). A notícia foi assustadora, eu não conhecia a doença e não tínhamos nenhum familiar que havia passado por isso.

Maria Polido grávida, de vestido preto justo, de mangas compridas. Ela olha para baixo e está com as duas mãos na barriga. Tem a pele clara, o cabelo comprido e castanho escuro.
Maria Polido grávida de João Vitor (Maria Polido/Arquivo Pessoal)

Depois do nascimento

Após o diagnóstico, passamos a fazer o acompanhamento com a equipe de especialistas em cardiopatia congênita do Santa Joana. Em 7 de abril de 2023, com 39 semanas e dois dias de gestação, nasceu João Vitor de parto cesárea, devido à cardiopatia, pesando 3,745 quilos e medindo 50,5 centímetros. Ele foi direto para a UTI Neonatal. Esse momento de não poder pegá-lo e senti-lo foi o pior para mim.

Com quatro dias de vida, João Vitor foi submetido ao primeiro estágio do tratamento cirúrgico. Foi angustiante todo o processo: uma cirurgia muito grande e longa. Cada minuto era uma eternidade. Ele ficou internado na UTI Neonatal por 41 dias, sua recuperação foi gradativa e a primeira fase do tratamento foi um sucesso.

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João Vitor, recém-nascido a termo na incubadora, com touca, pulseirinha do hospital, coberto com uma mantinha
João Vitor veio ao mundo por cesariana, pesando 3,745 kg e medindo 50,5 cm (Maria Polido/Arquivo Pessoal)

Acompanhamento semanal

Em 18 de maio de 2023, ele teve alta e finalmente pudemos levá-lo para casa. Atualmente, com quase dois meses de vida, João Vitor está em casa comigo, o pai e a irmã, que o paparica muito. Ele está evoluindo bem e, semanalmente, faz acompanhamento com especialistas. Muito possivelmente fará outra intervenção cirúrgica em breve.

Eu só tenho a agradecer a Deus e a todos que nos ajudaram com cada oração e cada palavra de conforto, e dizer que isso fez toda a diferença nesse momento difícil. Tenho que agradecer também ao diagnóstico precoce e preciso sobre a cardiopatia ainda com o meu bebê na barriga, pois consegui procurar o lugar certo, os especialistas capacitados, que me deram a tranquilidade em todo o tratamento e todo suporte. Tudo isso fez muita diferença e sou imensamente grata.”

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