Ministério da Saúde suspende vacinação de adolescentes sem comorbidades

O órgão federal defende que ainda não se sabe com clareza os benefícios da vacinação contra covid-19 em jovens de 12 a 17 anos, sem doenças preexistentes

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 16 set 2021, 13h03 - Publicado em 16 set 2021, 12h32
Vacina-contra-covid19
 (Chanikarn Thongsupa/Raw Pixel)
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Assim como gestantes viveram idas e vindas nas orientações de imunização contra covid-19, a história repete-se diante do público adolescente. Em nota técnica informativa publicada no dia 15 de setembro, o Ministério da Saúde orientou a suspensão da vacinação de jovens entre 12 e 17 anos sem comorbidades. Anteriormente, a imunização da faixa etária havia sido liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho.

A aplicação da Pfizer/BioNTech – único liberado para faixa etária no Brasil – continua a ser recomendada para adolescentes a partir dos 12 anos que “apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade”, esclarece a nota. Já para os que estão fora destas categorias, o Ministério da Saúde lista os motivos da suspensão do imunizante.

Segundo o documento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a vacinação contra covid-19 de crianças e adolescentes com ou sem comorbidades e que, até o momento, apenas um imunizante foi liberado para a faixa etária. Entretanto, no vídeo da OMS sobre o assunto, publicado em junho de 2021, a recomendação dada é que, a partir do momento que o país não possuir recursos para imunizar toda a população, deve-se priorizar quem está mais exposto ao vírus para depois partir para outros grupos conforme necessidade.

Ainda assim, o Ministério da Saúde defende que não se tem certeza sobre os benefícios da vacinação deste grupo, visto que o desenvolvimento do quadro da covid-19 em crianças e adolescentes não é alarmante como em outras idades. A maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela COVID-19 apresentam evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos (com leves ou poucos sintomas)”, reitera o documento. Há também a justificava de que a média móvel de casos e óbitos por coronavírus caiu no país, mostrando um cenário epidemiológico melhor. 

Alguns estados já paralisaram a vacinação

Após a divulgação da nota pelo Ministério da Saúde, duas capitais já suspenderam a vacinação para adolescentes sem comorbidades. A primeira foi Salvador, Bahia, que paralisou a imunização do grupo, enquanto filas formavam-se nos postos de saúde. Inclusive, a cidade havia preparado três pontos de vacinação para receberem apenas jovens de 14 a 17 anos, a fim de otimizar a aplicação das doses. Entretanto, com a suspensão, nenhum deles funcionará nesta quinta-feira, 16 de setembro.

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A mesma decisão foi anunciada pela Prefeitura de Natal, capital do Rio Grande do Norte, que estaria vacinando no momento os adolescentes de 17 anos. Juliana Araújo, coordenadora de vigilância em Saúde de Natal, informou ao ‘Bom Dia RN’ que a região continua a imunizar jovens com comorbidades e que tenham mais de 18 anos, enquanto as dúvidas sobre a nova orientação do Ministério da Saúde são discutidas e sanadas.

Vale lembrar que muito adolescentes sem comorbidades já estavam sendo vacinados ao longo do mês. Em São Paulo, por exemplo, a imunização nesta faixa etária começou no dia 6 de setembro e, mesmo após a nota oficial do Ministério da Saúde, a cidade paulistana anunciou que continuará a imunizar os jovens por ainda ter estoque. No Rio de Janeiro, a vacinação foi retomada na quarta-feira (15), após ter sido paralisada para que o reforço dos idosos fosse priorizado por conta da falta de doses.

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