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Ministério da Saúde reavalia e libera combinação de vacinas em grávidas

Gestantes e puérperas que receberam primeira dose da AstraZeneca/FioCruz podem completar seu calendário vacinal com segunda aplicação da Pfizer/BioNTech.

Por Alice Arnoldi
26 jul 2021, 15h55

Mais uma vez, as informações sobre a vacinação contra covid-19 em gestantes e puérperas foram atualizadas. Na coletiva de imprensa realizada em 26 de julho, o Ministério da Saúde anunciou que mulheres dos dois grupos citados podem receber a segunda dose da Pfizer/BioNTech após receberem a primeira da AstraZeneca/FioCruz.

“Aquelas gestantes que vacinaram com a AstraZeneca, principalmente no primeiro semestre da gravidez, podem fazer a intercambialidade, isto é, tomar uma vacina distinta da primeira. Lembrando que essa atitude, de você receber outro imunizante que não seja aquele aplicado na primeira dose, é apenas recomendada para questões de exceção”, explicou a médica Rosana Leite de Melo, quem está a frente da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.

No anúncio, a especialista ainda enfatizou que a combinação da AstraZeneca deve ser preferencialmente realizada com a Pfizer, em que já existem estudos a respeito mostrando a segurança entre a mescla dos imunizantes e resultados positivos de proteção diante do coronavírus – vale apenas ressaltar que estas pesquisas não incluíam gestantes.

Devido a extensão geográfica do país e a dificuldade de que a vacina seja distribuída e armazenada na temperatura correta prescrita em bula, Rosana também esclarece que, em casos de exceção, a CoronaVac/Butantan também pode ser usada para a completar o calendário vacinal de grávidas e puérperas que receberam a primeira dose do imunizante da FioCruz.

“Reiteramos que não é permitida a intercambialidade nos casos normais. Ainda é considerado, exceto nestas circunstâncias que falei, um erro de vacinação e, quando isso acontecer, deve ser registrado no e-SUS Notifica”, completou a médica.

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Estados já vinham fazendo combinação das vacinas

Ainda que a decisão não coincidisse com diretrizes do Ministério da Saúde, diferentes estados brasileiros vinham recomendado a Pfizer para grávidas e puérperas que receberam a primeira dose da AstraZeneca, visto que o imunizante da FioCruz foi suspenso para os dois grupos, de acordo com a Anvisa.

Este foi o caso de São Paulo, em que a intercambialidade foi anunciada no dia 21 de julho e pôde ser colocada em prática a partir do dia 23 do mesmo mês. Segundo Regiane de Paula, coordenadora geral do Plano Estadual de Imunização (PEI), tais mulheres devem receber a segunda dose da Pfizer no dia em que estava previsto que recebessem a AstraZeneca e, de preferência, que isso aconteça na unidade básica de saúde em que foram inicialmente imunizadas.

No Rio de Janeiro, a decisão sobre a mescla das vacinas aconteceu ainda antes. No dia 29 de junho, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, anunciou que grávidas e mulheres que haviam dado à luz nos últimos 45 dias podiam receber a segunda dose da Pfizer após 12 semanas da AstraZeneca. Como pontuado pelo Ministério da Saúde na última coletiva, a explicação defendida pelo representante do estado fluminense é a presença de pesquisas que mostram a eficácia da intercambialidade.

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