O início de fevereiro já trouxe boas notícias para gestantes! Desde dezembro de 2020, quando as vacinas Moderna e Pfizer foram liberadas nos Estados Unidos, mais de 10 mil grávidas foram vacinadas contra o coronavírus. E, até o momento, não foi observada nenhuma reação negativa aos imunizantes.
Quem confirmou a informação foi Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e membro da comissão criada pelo ex-presidente Donald Trump para combater a pandemia no país. Em uma entrevista ao The Journal of the American Medical Association, ele enfatizou que não há nenhum indício de alerta em relação às gestantes vacinadas.
“Nós temos que ser cautelosos. Mas a FDA (Food and Drug Administration), como parte do acompanhamento típico que temos que fazer após a autorização de vacinas para uso emergencial, não encontrou nenhum sinal de alerta vermelho para gestantes”, declarou Fauci.
A constatação é importante porque, assim como no Brasil, grávidas e lactantes não foram incluídas nos estudos clínicos das vacinas liberadas em território norte-americano. O que faz com que não se saiba cientificamente se os imunizantes podem proteger as gestantes contra a covid-19 e afirmar categoricamente que não possam ser responsáveis por complicações durante os nove meses – como perda gestacional, parto prematuro e má-formação.
Então, por que elas tomaram?
Ainda que não se tenham pesquisas específicas sobre a vacinação em grávidas, Fauci explicou que a aplicação das doses se deu pelos diferentes estudos alertando que a gravidade de ser contaminada pelo coronavírus durante a gestação é maior do que possíveis reações à vacina.
Além disso, o representante da comissão estadunidense esclareceu que a maioria das grávidas vacinadas faz parte da linha de frente da saúde e, pela exposição redobrada ao vírus, decidiu receber a dose do imunizante.
No Brasil…
Já em território nacional, não há dados que evidenciam profissionais da saúde ou indígenas gestantes que receberam a primeira dose da CoronaVac, dado que os dois grupos pertencem aos destinados à primeira fase de vacinação do calendário. Entretanto, a discussão sobre o assunto segue a todo vapor.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), grávidas e lactantes também não foram incluídas nos testes clínicos da vacina distribuída no Brasil. Entretanto, a Febrasgo recomenda que gestantes mais expostas ao vírus e pertencentes aos diferentes grupos de risco da doença conversem com seus obstetras para a possibilidade de vacinação.
“Pelas razões expostas, a Febrasgo esclarece que puérperas e lactantes podem tomar a vacina com segurança se forem convocadas para tanto. As gestantes, por seu turno, devem ser avaliadas sobre o risco de exposição e contágio, quando então, a decisão de vacinar ou não deve ser compartilhada entre o médico e a própria gestante com base no risco apurado”, reforçou a Federação em uma nota complementar.
Sendo assim, é fundamental que obstetras informem os dois lados da moeda: ao mesmo tempo que testes realizados em animais não mostraram nenhuma alteração com a vacina contra o coronavírus, não há dados sobre suas consequências para gestantes.