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Estudos indicam que ‘face shield’ não substitui uso de máscara em crianças

As pesquisas mostram que o escudo facial não retém as gotículas contaminadas de quem tosse ou espirra como as máscaras faciais.

Por Alice Arnoldi
24 set 2020, 13h23
 (Singkham/Getty Images)
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Com a pandemia do coronavírus ainda latente em diferentes países, pesquisas continuam a trazer atualizações sobre a doença e como podemos nos proteger. Este é o caso de um estudo realizado pelo instituto Riken, no Japão, em que pesquisadores descobriram que o face shield, traduzido como escudo facial, tem quase 100% de ineficácia na proteção contra partículas aerossóis, que são microscópicas e ficam suspensas no ar por mais tempo.

A pesquisa foi realizada a partir de uma simulação feito no computador Fugaku, conhecido como o mais rápido do mundo. Com ele, estudiosos analisaram a efetividade do escudo facial em contato com partículas extremamente pequenas até maiores, como se tivessem sido expelidas por uma pessoa contaminada. O resultado foi de que as partículas bem menores conseguiram escapar pelo vão entre a proteção e o rosto do paciente, enquanto que as maiores foram bloqueadas.

Makoto Tsubokura, líder do Centro de Ciências Computacionais de Riken, explicou ao The Guardian que essa descoberta é um alerta para quem está usando o face shield sem a combinação com a máscara, já que o dispositivo não carrega a mesma eficácia na hora de reter as gotículas de quem está contaminado pelo Sars-Cov-2.

Já sobre a orientação do escudo facial para os menores de dois anos, grupo que a OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não recomendam o uso de máscaras, Makoto expõe que elas podem continuar a usar o escudo facial como uma primeira barreira. Só que ele tende a ser mais efetivo em ambientes abertos – e até nos fechados, mas com a devida ventilação. As crianças acima desta idade precisam usar máscara, uma vez que só o face shield não substitui esta proteção. 

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Outros estudos apontam o mesmo

Junto com a pesquisa realizada no Japão, outro estudo publicado na revista científica “Physics of Fluids” segue a mesma linha de defesa sobre o assunto. Em uma simulação usando manequins protegidos por escudos faciais, eles imitaram tosses e espirros expelidos por uma bomba manual e acompanharam o caminho das gotículas entre o boneco e a proteção com um laser.

Inicialmente, a descoberta foi de que o jato frontal conseguiu ser contido pelo face shield. Entretanto, as partículas se espalharam pelo visor e puderam até mesmo alcançar outras regiões ao saírem por baixo do escudo facial.

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A pesquisa também traz uma análise sobre máscaras faciais com válvulas, que tendem a ser mais confortáveis para quem usa. Só que a conclusão dos pesquisadores é que as partículas eliminadas em uma tosse ou espirro acabam passando por esse filtro e possivelmente contaminando o ambiente que a pessoa está e outros indivíduos ao redor.

Essas análises reforçam que medidas como lavagem correta das mãos, uso de máscaras apropriadas e o distanciamento social continuam a ser as mais eficazes para a proteção tanto das crianças quanto de adultos contra o coronavírus.

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