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Cresce o número de crianças infectadas pela Covid-19 em São Paulo

O crescimento dos números na cidade está relacionado com a onda que tem atingido os adultos, mas não ocorre na mesma proporção e com relevância diferente.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 18 dez 2020, 13h12 - Publicado em 18 dez 2020, 12h52
 (Arte: Bebê.com.br / Foto: FatCamera/Getty Images)
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As notícias, os dados e os médicos reforçam que a pandemia causada pelo coronavírus não acabou. E é isso que mostra o cenário atual, com cidades retrocedendo para fases de alerta, como é o caso de São Paulo. Desde o dia 2 de dezembro, a região paulistana deixou de pertencer a etapa verde do Plano São Paulo, e voltou à amarela em decorrência do aumento de casos da doença. A medida tomada para evitar aglomerações traz um alerta para as famílias.

Ainda que em escalas menores e lembrando que crianças não fazem parte do grupo mais afetado pela Covid-19, dados da Secretaria Municipal da Saúde e de hospitais particulares de São Paulo ao Bebê mostram que novembro também foi um mês marcado pelo aumento de atendimentos médicos infantis.

De acordo com a Secretaria, no mês de outubro, 25 crianças entre zero e 14 anos foram internadas por sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo coronavírus. Já em novembro, esse número duplicou, resultando em 50 crianças hospitalizadas na rede pública e privada.

Em relação ao dados específicos da rede pública municipal, eles acontecem em proporções menores. Ainda segundo a Secretaria, oito crianças foram internadas nos hospitais municipais, sendo quatro crianças na faixa etária de zero a quatro anos e duas de dez a 14 anos.

Em novembro, este número foi um pouco maior e com a aparição de uma faixa etária a mais na lista. Foram dez internações infantis na rede de hospitais do município de São Paulo, sendo seis crianças de zero a quatro anos, três de cinco a nove e uma de dez a 14 anos. Ainda de acordo com os dados levantados, não há óbitos infantis relacionados ao Covid confirmados nos meses de outubro e novembro.

Em comparação com a rede pública, o Hospital 9 de Julho informou que 203 crianças foram atendidas com problemas relacionados ao sistema respiratório em novembro, enquanto que o número estava decrescendo nos meses anteriores – 143 casos em outubro e 120 em setembro. Especificamente sobre a Covid-19, 61 crianças testaram positivo para a doença de janeiro a novembro. Só que em outubro, foram apenas 4 casos, enquanto que no mês seguinte esse número saltou para 24.

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Em contato com a assessoria do Hospital Samaritano, também localizado em São Paulo, foi comunicado um aumento de ocorrências de coronavírus em crianças nas últimas semanas. “Entretanto, como há variação constante dos dados, o hospital não está divulgando esses números”, completou.

Cuidado, mas não desespero!

Como explica o pediatra Werther Brunow de Carvalho, porta-voz do Hospital Santa Catarina, o aumento de casos pediátricos tanto no local em que atende quanto nas outras instâncias de saúde tende a estar relacionado com o crescente número de testes positivos para a Covid-19 em adultos. Entretanto, eles não acontecem na mesma proporção e o público infantil continua a ser menos afetado pela doença.

“Só que se as pessoas não seguem mais a quarentena e os protocolos, e têm crianças em casa, a possibilidade delas começarem a ter mais quadros de Covid-19 vai aumentar. E nesta onda que está acontecendo agora, possivelmente tem um fator relacionado a essa quebra de barreira que os adultos estão fazendo e que expõem outras pessoas, principalmente as de idade e crianças”.

É o que reforça a Secretaria Municipal da Saúde. “O aumento no número de casos na faixa etária de 0 a 14 anos, observado a partir de setembro/20, acompanha o aumento no número total de casos na cidade”, detalha o comunicado da assessoria.

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Só que é preciso estar atento às comparações discrepantes, como acontece em relação ao óbito infantil. O pediatra enfatiza que, de acordo com as pesquisas realizadas até o momento, o índice de mortes de crianças em decorrência do coronavírus é extremamente baixo, não chegando a 0,1% – podendo variar em baixa escala dependendo se a referência é a rede de saúde privada ou pública. Assim, não é correto compará-lo ao de adultos.

Grupo de risco infantil

Como os meses permitiram que estudiosos descobrissem quais são os grupos mais afetados pela Covid-19, o mesmo aconteceu com as crianças. Assim, vale lembrar que a atenção dos adultos precisa ser redobrada para aqueles que são pais ou convivem junto com pequenos que têm doenças pulmonares crônicas, cardiopatias congênitas, câncer, estejam sob medicações de imunossupressão ou sejam obesas.

Além disso, fica o alerta também para aqueles que têm bebês menores de um ano, pois eles tendem a apresentar quadros mais graves da doença. O pediatra pontua que ainda não se sabe o exato motivo disso, mas a tendência é que esteja relacionado com a evolução da defesa do organismo de acordo com a idade da criança.

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