Como dar remédio para bebês e crianças?

O momento de administrar medicamentos para os pequenos pode ser um desafio. Confira as dicas de um pediatra e os principais cuidados que se deve ter

Por Da Redação
Atualizado em 21 out 2022, 15h49 - Publicado em 21 out 2022, 11h30
Dar remédio para criança e bebê
 (filadendron/Getty Images)
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Sair de uma consulta pediátrica com uma prescrição de medicamento para bebês ou crianças pequenas pode ser um pesadelo para os pais. Choro, gritaria, ataque de birra… A hora de dar remédio é aquele estresse. Toda a dificuldade se soma ao receio de errar a dose, de a criança cuspir, vomitar. O caos completo. Será que existe alguma maneira de tornar tudo isso mais fácil? E quais são os cuidados necessários? O que fazer e o que evitar? Para tirar as principais dúvidas sobre o tema, conversamos com o pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria (AAP). 

Automedicação, nunca!

O primeiro ponto a ser considerado pode parecer óbvio, mas é sempre importante lembrar. Nunca dê medicamentos por conta própria para o seu filho, por mais inofensivo que isso possa parecer. “Não se deve automedicar porque, fazendo isso, você pode medicar errado. E doses erradas podem acarretar danos, causando mais mal do que bem”, indica o pediatra.

Alguns médicos, em consultas de rotina, já deixam as famílias orientadas com prescrições de medicamentos que podem ser usados diante de quadros comuns como febre e resfriado, por exemplo. Uma opção é pedir isso ao pediatra do seu filho. “Alguns fazem isso, outros, não. Depende do médico e depende da criança, da situação”, explica Ejzenbaum. O ideal é sempre tentar falar com o pediatra antes de administrar qualquer remédio.

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(hilllander/Thinkstock/Getty Images)

Pode misturar com suco, leite ou água?

Diluir os medicamentos, sobretudo aqueles em forma líquida e que têm um sabor amargo, pode ser uma estratégia para facilitar a administração. Mas atenção! Isso não vale para todos. “Varia de acordo com a medicação. Algumas podem até perder o efeito caso sejam diluídas, por isso, é importante consultar o médico que prescreveu antes”, indica o pediatra. 

Como ajudar a criança a engolir o comprimido

Se até para alguns adultos pode ser um desafio engolir comprimidos, dependendo do formato ou do tamanho, imagine como é para as crianças. De acordo com um estudo publicado na revista científica Pediatrics, 40% dos adultos, aproximadamente, têm dificuldade de ingerir comprimidos. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, a maioria das crianças começa a desenvolver essa habilidade a partir dos 10 anos, mas mesmo assim, uma taxa que varia entre 20% e 40% delas não consegue consumir pílulas de tamanho padrão.  

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“Uma dica é colocar medicamento para a criança tentar engolir junto com um pedacinho de pão e um pouco de água em seguida”, explica o pediatra. Isso pode funcionar porque a criança sabe que o pão tem uma textura mole, o que ajuda na ansiedade e torna o processo menos assustador. Também existem copos específicos projetados para ajudar nessa tarefa. O formato favorece o reflexo natural da deglutição

“Nos casos em que a criança não consegue engolir o comprimido, o médico pode calcular a dose em xarope. Se não existir esse medicamento em xarope, ele pode ser manipulado”, explica Ejzenbaum. “Em alguns casos, o comprimido também pode ser dividido, para ficar em pedaços menores e mais fáceis de serem deglutidos, ou até diluído, mas, como falamos, isso varia de acordo com a medicação. Então, é sempre bom confirmar com o médico”, reforça. 

Alguns comprimidos não podem ser cortados porque são projetados para liberar a medicação aos poucos para o organismo. O corte pode anular essa característica e fazer com que a liberação seja total, de uma vez só, alterando o efeito.

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Meu filho cuspiu ou vomitou o remédio. E agora?

Muitas vezes, as crianças acabam cuspindo ou até vomitando o medicamento que acabou de ser dado. Será que é preciso administrar novamente ou esperar até a hora da próxima dose? “Se a medicação foi vomitada logo após ser dada, ela deve ser oferecida novamente. Se já passou algum tempo, como mais de uma hora, por exemplo, não”, explica o médico. Remédios como colírio, que também podem ser difíceis, porque a criança vira o rosto e fecha o olho, exigem atenção. “É preciso se certificar de que entrou no olho. Se não, o procedimento deve ser refeito”, orienta. 

Não é balinha, não!

Com as melhores das intenções, alguns adultos usam estratégias que podem até funcionar, a princípio, mas podem causar prejuízos maiores do que os benefícios. É comum, por exemplo, ouvir pais, avós ou cuidadores dizendo que um medicamento “é balinha” ou “é docinho” para tentar convencer a criança a ingeri-lo. No entanto, isso pode ser perigoso, porque pode confundir e instigar o pequeno a consumir remédios sem que você veja. 

“É preciso explicar que medicação é medicação e lembrar de deixar sempre no alto, longe do alcance das crianças”, lembra Ejzenbaum. Guarde em um local fechado, ao qual as crianças não possam ter acesso

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E se o pequeno tomar um medicamento errado, se pegar por acidente ou mesmo se os pais errarem a dose? “É importante conversar com o médico para saber o que fazer e, se houver impossibilidade de contato no momento, levar a criança ao pronto-atendimento o quanto antes”, explica o pediatra. 

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