Quando o assunto envolve condições que dificultam a gravidez e transformam a menstruação em um processo mais desafiador, a endometriose é a primeira a ser citada. Mas não é só ela quem está ligada aos dois fatores! Com um nome semelhante, há a adenomiose, causa que levou a cantora Simone, dupla sertaneja com Simaria e mãe de Zaya (3 meses) e Henry (6 anos), a precisar retirar o útero após episódios intensos de sangramento.
“Ela é uma variação de endometriose. São pequenas bolsas que se formam dentro da camada interna do útero, com conteúdo sanguíneo ou menstrual”, esclarece a ginecologista e obstetra Larissa Cassiano, da Clínica Theia. A especialista ainda pontua que o diagnóstico da condição pode ser mais desafiador, já que toda a camada uterina é comprometida.
Mas como descobrir a adenomiose?
A busca pelo diagnóstico começa a ser cogitado quando os médicos observam que há um aumento considerável do útero somado a irregularidade menstrual – ou sangramento excessivo –, cólica e desconforto durante a relação sexual.
Para descobrir se o caso da mulher é de adenomiose, Larissa explica que os exames mais associados à condição são a ultrassonografia transvaginal ou pélvica, e a ressonância magnética.
Vale saber que ainda não há um consenso sobre a sua origem. Existe possibilidade de ser uma doença de causa genética, mas outras linhas de estudo apontam que pode ser um ciclo menstrual que ocorre de maneira incorreta: em vez do sangue ser eliminado normalmente, ele acaba ficando estagnado na camada do útero.
Tratamentos que levam em consideração a escolha da mulher
Para reverter o quadro, o principal tratamento é hormonal. “Ele é feito para tentar reduzir esse fluxo menstrual e que esses focos parem de evoluir”, esclarece Larissa. Ainda de acordo com a especialista, o DIU hormonal e os contraceptivos orais são os que trazem mais benefícios nestes casos.
“Prefere-se os métodos que tenham maior quantidade de progesterona, porque ela por si só consegue colocar o organismo em um estado de ausência de menstruação e essa pausa ajuda a fazer com que o quadro não evolua, não existindo novos focos”, completa a obstetra.
Outros dois cenários de tratamento podem ser observados. O primeiro é quando a mulher opta por não tomar o hormônio, assim a medicação usada é apenas sintomática, isto é, específicas para controlar a cólica e o fluxo menstrual intenso quando eles aparecem.
E o segundo é similar ao que aconteceu com Simone, em que a mulher já realizou o tratamento hormonal, não surtiu efeito e já viveu as gestações desejadas – inclusive, após o nascimento da segunda filha, a cantora realizou uma laqueadura. Neste caso, a recomendação médica pode ser a retirada do útero.
Com a evolução da medicina, o processo tende a ser tranquilo e com bons resultados. “É possível fazer a cirurgia por videolaparoscopia e até mesmo por robótica, para que seja menos invasiva e tenha-se uma recuperação mais rápida e tranquila”, pontua Larissa.