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“Fui diagnosticada com endometriose, mas consegui engravidar”

Depois de muitas tentativas, Denise Tavares Chiquini enfim conseguiu realizar o sonho da maternidade.

Por Laís Barros Martins
Atualizado em 8 Maio 2017, 19h52 - Publicado em 8 Maio 2017, 18h42

Aos 34 anos, Denise é mamãe de uma bebê de oito meses. A seguir ela compartilha com a gente uma bonita história de superação da endometriose:

“Comecei a minha batalha para engravidar há cinco anos. Quando eu e o meu marido, Marcelo, completamos dois anos de casamento, parei de tomar contraceptivo e passamos a investir neste sonho em comum. Cada mês era uma expectativa e uma grande frustração com o resultado negativo. Eu e o Marcelo fizemos vários exames que indicaram estar tudo normal conosco. Após um ano de tentativas sem sucesso, eu nunca conseguia a tão desejada gestação. Fiz até testes de ovulação mensal e não dava alterações. Como eu não engravidava se ovulava e menstruava normalmente? Foi então que o meu médico suspeitou que eu poderia estar com endometriose.

Em maio de 2014, fiz um procedimento de videolaparoscopia e fui diagnosticada com endometriose. Eu nunca imaginei que pudesse ter essa doença. Mas, para minha surpresa, já estava até se alastrando para o meu intestino. Precisei retirar dois cistos naquela ocasião. Comecei o tratamento a partir daquele momento e entendi por que não conseguia engravidar, pois o distúrbio impede o óvulo de passar pelas trompas e seguir seu percurso natural para encontrar o espermatozoide.

Se não tratada, a endometriose pode comprometer o seu estilo de vida. São cólicas intensas, infecções urinárias frequentes, dores no ato sexual, dor pélvica crônica e alterações intestinais no período menstrual. Por estes sintomas terem se apresentado de forma branda em minha experiência, nunca desconfiei da doença – pode ser que eu tenha convivido com ela muitos anos sem saber. Mas, em muitos casos, o diagnóstico não significa infertilidade. No meu caso, por um ano precisei tomar medicamentos e injeções muito doloridas para diminuir os focos. Tive vários efeitos colaterais e passei um período muito ruim e cansativo. Estava sempre desanimada, com altas ondas de calor, humor oscilante e irritações frequentes.

(Marcelo Oliveira/Divulgação)

Após o término do tratamento, meu médico me indicou um centro de reprodução humana, já que com as tentativas naturais a endometriose poderia voltar. Seria uma nova batalha, com uma bateria de ultrassonografias e exames, mas estávamos muito confiantes. O resultado negativo da primeira tentativa foi frustrante. Chorei muito, meu mundo havia desabado. Mas ainda tínhamos um embrião congelado nos esperando. Apesar de abatida, fui incentiva a tentar novamente.

Com os pés no chão e preparada para o pior, tivemos enfim a tão esperada boa notícia com o resultado positivo: engravidei nesta segunda tentativa de fertilização in vitro. Foi um momento de extrema euforia! Além da novidade, uma grande coincidência marcou este dia. O Marcelo havia sonhado com a sua mãe, já falecida, e ela aparecia segurando uma criança no colo. Era o sinal da vida que já havia dentro de mim. Nos abraçamos e choramos de felicidade!

Tive uma gravidez tranquila, apesar dos enjoos e das indisposições no primeiro trimestre. Fui recompensada com a emoção de sentir a minha filha chutando dentro de mim, a coisa mais deliciosa do mundo. A Lara está com 8 meses, uma bebê linda, esperta e saudável. Com ela nos braços e por toda a minha experiência de espera, eu só digo uma coisa para toda mulher que sonha em ser mãe e é acometida pela endometriose: nunca desista do seu objetivo, lute e alcance a etapa mais apaixonante e gratificante na vida de uma mulher, a maternidade. Tenho absoluta certeza de que foi a minha fé que realizou o meu sonho de ser mãe. Minhas orações me fortaleceram. Deus nunca coloca em nosso coração um desejo sem poder realizá-lo. Entreguei e esperei o tempo Dele. A endometriose tem tratamento e não corrompe sonhos”.

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