Calor, areia, sol, piscina, mar… Um prato cheio para dias inesquecíveis, mas também um ambiente desafiador para o sistema imunológico infantil. Saiba a seguir quais são as chateações que mais acometem os pequenos durante o verão e como se livrar logo delas!
1. Insolação
Ao ficar muitas horas debaixo de sol e calor intenso, a criança pode apresentar tontura, vômito, dor de cabeça e até febre. Para prevenir o quadro, maneire na exposição às altas temperaturas e raios solares – mesmo com protetor – e ofereça muita água para o seu filho. Sucos, bebidas isotônicas e até água de coco devem ser evitados pois contém açúcar, que desidratam ainda mais o organismo.
Se os sintomas aparecerem, eles costumam durar entre 24 e 48 horas. Acima disso, ou se os vômitos forem muito intensos, os pais devem procurar ajuda médica. O sol intenso por longos períodos ainda provoca queimaduras na pele.
2. Diarreia
Ela pode ser desencadeada por algum micro-organismo presente na piscina e no mar, geralmente um vírus, ou por uma intoxicação alimentar. O segundo cenário costuma ocorrer nesta época porque, com o calor, a comida estraga mais rápido – e muitas guloseimas vendidas prontas na praia ficam sem refrigeração ou são preparadas com poucas regras de higiene.
Quando a criança for atingida, mantenha-a hidratada com água, dê um antitérmico se houver febre e entre em contato com o pediatra, que dará as primeiras orientações. O cardápio durante o período deve ter poucas fibras, ou seja, nada de folhas cruas ou grãos.
Lembrando que os alimentos contaminados e a água podem causar várias outras doenças, incluindo as hepatites.
3. Otite
Outro clássico da estação. A água transporta bactérias que infeccionam o ouvido externo e desencadeiam a otite. Os sintomas são significativos: dor, sensação de que o ouvido está abafado, saída de secreção amarelada ou esverdeada e ainda zumbido.
Como há uma infecção na história, procure um especialista para começar o tratamento, que envolve gotas de antibióticos e, em casos mais sérios, comprimidos também. Mas não confunda a doença com um simples ouvido entupido pela água, que incomoda bem menos e tende a melhorar sozinho.
4. Micose
O solo, seja ele qual for, carrega diversos micro-organismos, entre eles fungos, que encontram nos pés e mãos umedecidos o lugar perfeito para se proliferar. Daí aparecem as micoses! Em uma das mais comuns, nascem lesões circulares vermelhas, com bordas elevadas, que ficam brancas com o tempo. Já outro tipo, conhecido como pano branco, formam-se várias manchas brancas pelo corpo.
Embora não seja uma micose, há também o famoso bicho geográfico, parasita transmitido pelas fezes dos animais. A larva penetra por possíveis rachaduras e faz um caminho pelo corpo. O trajeto provoca coceira intensa em quem carrega o bicho.
Em todos os casos, não passe qualquer pomada na criança. O ideal é procurar um médico para detectar qual tipo de micose é aquela e como tratá-la de forma adequada.
5. Escarlatina
Doença causada pelo Streptococcus pyogenes, um tipo de bactéria. Tudo começa com uma infecção de garganta que parece simples, mas depois evolui para febre alta, náusea, mal-estar, dores musculares, cefaleia e sintomas na pele, que fica com manchas vermelhas e parece mais áspera. Além disso, os pequenos com este quadro ficam com a língua bem vermelha e com as papilas inchadas.
Transmitida entre pessoas pelas gotículas de saliva e pelo toque, ela é mais frequente durante o verão e em meninos em idade escolar. O tratamento é feito com antibióticos e a situação costuma melhorar em até 10 dias. Por isso, consulte o pediatra caso suspeite da enfermidade.
6. Impetigo
Dois germes que já vivem na pele aproveitam a umidade para se proliferar e estourar bolinhas avermelhadas pelo corpo, que podem progredir para bolhas com pus. Para prevenir, evite deixar seu filho com a roupa úmida por muito tempo. O quadro não é lá muito grave, mas pode incomodar e, se não combatido, agredir os rins e até provocar nefrite.
O tratamento envolve medicamentos de uso local ou remédios, caso as lesões sejam muito extensas.
7. Infecção urinária
As meninas são mais acometidas por esse problema, que geralmente dá as caras por conta do biquíni molhado por muito tempo. Mas nem sempre a ardência para fazer xixi e a coceira são causadas pela instalação de bactérias no trato urinário. Os sintomas são provocados também por infecções mais externas, as vulvovaginites, que também merecem atenção.
Para evitar, assim que o baixinho sair da água, coloque uma roupa seca e volte a oferecer o biquíni quando ele voltar para a piscina ou mar. E leve os pequenos para fazer xixi de tempos em tempos, porque ficar segurando por muito tempo também aumenta o risco da doença surgir.
– Cylmara Gargalak Aziz, pediatra do Hospital Sírio Libanês.
– Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cervico Facial (ABORL-CCF).
– Carlo Crivellaro, pediatra membro da Highway to Health International Healthcare Community.