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Os principais problemas de ouvido, nariz e garganta nos bebês

Reconhecer quando esses incômodos dão seus primeiros sinais é a melhor forma de combatê-los e minimizar o estrago. Veja alguns conselhos de especialistas.

Por Maria Luiza Lara (colaboradora)
Atualizado em 4 Maio 2017, 19h03 - Publicado em 21 Maio 2015, 00h05

Pais e mães sabem como é angustiante ter um pequeno que apresenta algum desconforto em casa. A sensação de impotência pode tomar conta dos adultos que ficam sem saber como agir em alguns casos e qual é o momento ideal de levar a criança a um especialista em busca de ajuda.

Para o Dr. Thiago Gara, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, prevenções como, colocar um pano úmido ou uma bacia de água no quarto do bebê, umidificar o nariz dos baixinhos com soro, manter o ambiente arejado e tomar a vacina contra a gripe na época correta podem evitar que alguns incômodos acometam as crianças.

Para ajudar os papais, reunimos uma série de doenças que comumente trazem prejuízos para o nariz, ouvido e garganta dos pequeninos. Veja os principais sintomas de cada quadro e o que geralmente é feito em cada caso.

NARIZ:

Resfriado: É uma das doenças mais comuns que acomete o nariz. Causada por vírus, a enfermidade gera um quadro leve e local, que raramente tem complicações. Sintomas como coriza e nariz entupido podem caracterizar essa condição. Crianças resfriadas não costumam apresentar febre, falta de apetite e abatimento e a doença dura em torno de 3 a 4 dias.

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Gripe: Outra doença comum do trato respiratório, a gripe é causada por vírus, afeta o corpo inteiro e pode durar até uma semana. Os pequenos costumam ficar bem abatidos, com febre, tosse intensa e costumam apresentar perda de apetite. “Quando não tratada devidamente, um quadro gripal pode gerar complicações como pneumonia e sinusite, por isso, a importância em tratá-la completamente”, explica o Dr. Jamal Azzam, especialista em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de São Paulo.

Rinite: Essa doença ocorre devido a fatores genéticos e hereditários e não tem cura definitiva. Sendo crônica, a rinite pode ser tratada e acompanhada clinicamente para amenizar os episódios em que esse desconforto aparece. Os sintomas mais comuns são: nariz entupido, coriza, espirros, coceira no nariz e na garganta e olhos lacrimejantes. Esse quadro é resultante de uma hipersensibilidade que o paciente apresenta mediante a vários fatores externos, como por exemplo, ácaros, fungos, pelos de animais domésticos, poluição atmosférica, mudanças climáticas, entre vários outros. O tratamento da rinite normalmente é feito com aplicação de soro fisiológico nas narinas, inalação e, em alguns casos, são indicados também o uso de antialérgicos e corticoides.

Rinite do lactente: No caso de crianças menores, com até 2 anos de vida, esse tipo de rinite pode ser desencadeada devido a mudança de ambiente: “Eles saem do ambiente aquático (barriga da mamãe) para o ambiente aéreo e essa mudança pode gerar uma irritação no nariz”, esclarece o Dr. Jamal. O bebê pode apresentar nariz entupido, dificuldade para mamar, e coriza leve.

Sinusite: É um quadro que pode ser decorrente de rinite, gripe ou do resfriado. A doença é caracterizada pela inflamação dos seios da face e os principais sintomas são: secreção nasal amarelada ou esverdeada, tosse, mal-estar, dores nas faces e nariz entupido prolongadamente. Segundo o otorrinolaringologista, as mamães podem reconhecer esse quadro, pois comumente a sinusite gera cheiro ruim característico, perto do narizinho do bebê. Normalmente, a doença é tratada com antibióticos, antialérgicos e soro no nariz.

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Vírus Sincicial Respiratório (VSR): Uma da principais causas de infecções das vias respiratórias, o quadro pode se iniciar como um resfriado, com sintomas como, coriza e tosse leve. É preciso ficar atento a esses casos, pois, especialmente em prematuros, pode haver complicações levando a bronquiolite (infecção dos brônquios) ou pneumonia. Depois dos dias iniciais da doença, a criança pode apresentar chiado no peito e falta de ar, levando a uma considerável queda do nível de oxigênio no sangue. “A infecção por esse vírus é responsável pela imensa maioria de internações decorrentes de vias respiratórias em bebês. Quando os pequenos apresentam problemas respiratórios, geralmente é decorrente do VSR”, relata o especialista da USP. Não existe um tratamento específico para o quadro, algumas crianças podem até mesmo ter que permanecer na uti, onde recebem medidas de suporte ventilatório ou respiratório, que ajudam na respiração.

Hipertrofia de Adenoide – A adenoide – conhecida popularmente como carne esponjosa – fica localizada atrás e ao fundo do nariz. Quando cresce em excesso, a adenoide pode tampar parte do nariz e ocasionar respiração pela boca, ronco constante, e, no caso de bebês, muitos costumam interromper as mamadas para respirar, ficando ofegantes. “Em casos iniciais o tratamento clínico é o mais indicado, com o uso de antialérgico, uso continuo de soro fisiológico e inalações. Em casos em que a adenoide cresce exagerada e desproporcionalmente, é necessário fazer a operação para a retirada dessa carne esponjosa”, alerta o Dr. Jamal.

Epistaxe: Comumente conhecido como sangramento nasal, os episódios costumam apresentar sangramentos superficiais e apenas de um único lado da narina. Uma das causas comum é o tempo seco, que gera ressecamento nasal, levando ao rompimento de vasos sanguíneos. “Esses casos não costumam apresentar complicações, porém, se o sangramento for crônico, o ideal é encaminhar o pequeno para um otorrino e, em alguns quadros, é necessário cauterizar o vasinho do nariz”, explica o Dr. Thiago.

GARGANTA

Faringite: Acomete a faringe, que fica localizada na parte de trás da garganta, da língua e da úvula, popularmente conhecida como campainha. A inflamação causa dor de garganta e, as vezes, dificuldade para engolir. Quadros de faringite não costumam dar febre e são caracterizados por dor local. Normalmente, o tratamento é feito com o uso de analgésico.

Amigdalite: Essa infecção das amígdalas pode gerar dor, febre alta, mal estar intenso, abatimento, perda total do apetite, levando ao emagrecimento e mau hálito. Quando não tratada devidamente, a amigdalite pode se complicar e evoluir para um quadro de febre reumática (em indivíduos que têm predisposição genética da doença), causando acometimento das articulações e até mesmo do coração. Segundo o Dr. Jamal, a recomendação para tirar as amígdalas é feita em casos específicos, como:

– Amigdalite de repetição: quando um paciente apresenta casos constante da doença, levando a uma utilização frequente de antibióticos é indicada a retirada das amígdalas;

– Tamanho das amígdalas: quando muito grande, ela pode causar obstrução respiratória, dificuldade em engolir, roncos, apneia do sono e respiração constante pela boca;

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– Caseum: em alguns casos, pacientes podem ter umas “massinhas brancas” nas amígdalas que causam mau hálito e incômodo intensos;

– Abscesso: quando essa bolsa de pus se instala nos tecidos próximos à amígdala é indicado fazer a operação para extraí-las.

Laringite: Caracterizada como uma inflamação na região das cordas vocais, a laringite causa tosse intensa, rouquidão e, em alguns casos, pode causar até falta de ar, devido a sua proximidade ao trato respiratório. Em alguns casos, a doença causa estridor respiratório – um chiado agudo na inspiração -, devido ao fechamento das cordas vocais. O tratamento desse quadro é feito, em geral, com inalações e, algumas vezes, com corticoides e antibióticos.

OUVIDO

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As otites são inflamações ou infecções nos ouvidos. Segundo o Dr. Jamal, 90% das crianças têm pelo menos uma otite até os 3 anos de idade. Existem alguns tipos da doença que podem se dividir em:

Otite externa: É uma infecção do canal auditivo externo, que compreende a orelha, até a parte externa do tímpano. Os principais sintomas costumam ser dor local, e ao mastigar e diminuição da acuidade auditiva. Causadas por bactérias, esse tipo de otite pode ser muito comum em crianças que praticam natação, devido ao contato frequente do ouvido com a água.

Otite média aguda: Essa inflamação ou infecção do ouvido médio pode ser decorrente de gripes, resfriados e sinusites e compreende a parte mais interna do ouvido, atrás da membrana do tímpano. Devido a maior quantidade de catarro na face, por causa dessas doenças do trato respiratório, a tuba auditiva, que é o canal que interligar ouvido, nariz e garganta, entope, gerando esse desconforto. Os sintomas costumam ser febre, dores de ouvido, tosse, irritabilidade e, em crianças pequenas, vômitos e diarreia. Em casos que há vazamento de pus, é preciso entrar com antibiótico imediatamente.

Otite média secretora: Conhecida como otite silenciosa, essa é uma condição que merece atenção especial, pois, não costuma apresentar sintomas muito aparentes. Esse problema também é causado decorrente do catarro que se acumula dentro da tuba auditiva, devido a outras condições como gripes, resfriados e sinusites. “Em casos assim, o pequeno costuma sentir agulhadas súbitas no ouvido, causando choro esporádico. Não costuma dar febre e nem vazamento de pus”, alerta o otorrinolaringologista da USP.

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