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Qual deve ser o papel do pai no parto? Especialistas respondem!

Suporte emocional é uma das principais funções do acompanhante, mas confira outras dicas práticas do que fazer para tornar o momento mais acolhedor.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 3 set 2020, 11h44 - Publicado em 2 set 2020, 18h03

Embora a gestação seja um processo vivido de forma intensa e única somente pelo corpo da mulher, isto não significa que ela precise estar sozinha em suas etapas. Sabemos bem a importância do companheiro presente – que também está vivenciando a gravidez, só que de outra maneira – e de uma rede de apoio acolhedora durante os nove meses de gestação e no puerpério. Mas também não podemos deixar de mencionar o momento do parto.

A hora mais aguardada para muitas mães envolve expectativas, inseguranças e sensações únicas e ter alguém com quem contar é crucial. Para descobrir como o parceiro pode dar suporte neste momento, buscamos especialistas que dão dicas do que fazer desde a recepção no hospital até os cuidados com a puérpera no quarto da maternidade.

Vale deixar bem claro que são recomendações práticas para o momento do parto em si, mas que as emoções da chegada do bebê são intensas tanto para a mãe quanto para o pai.

Chegando na maternidade…

Mesmo na correria, é importante que os pais se lembrem de deixar seus documentos e pertences separadinhos em casa para não terem que enfrentar nenhum inconveniente no hospital. Chegando lá, a recomendação de Rosmaria Pirollo, gerente de enfermagem da Pro Matre, é que o pai tenha em mão a documentação – como identidade e carteirinha do plano de saúde – e vá dando início aos procedimentos administrativos.

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“Enquanto a mulher recebe os primeiros atendimentos, ele já vai deixar a documentação na internação para que a parte burocrática esteja encaminhada. Também indicamos que leve a roupinha do bebê para o centro cirúrgico ou para o centro de parto”, diz a enfermeira.

Depois disto, o companheiro pode acompanhar a mãe nos próximos passos e, se for do seu desejo, entrar com ela na sala de parto. Apesar de a vivência do nascimento ser um momento único, Rosmaria conta que muitos homens não se sentem seguros e preferem não entrar – até para não atrapalhar o andamento do processo.

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“Às vezes gera ansiedade em excesso, o que pode afetar o núcleo familiar. Por isso, é importante respeitar os dois lados da relação e que o casal faça a reflexão. Caso seja conveniente, a mãe pode optar por outra pessoa para acompanhá-la”, indica a profissional do Pro Matre.

Durante o parto

Suporte é a palavra-chave quando falamos da postura do homem no nascimento do bebê – e ele pode ser tanto emocional quanto em termos de uma ajuda mais prática, atendendo às demandas da mulher. “Na sala de parto, independente da via de parto – cesárea ou vaginal -, o papel do pai é muito importante para a mãe. É um momento de estarem juntos, de transmitir segurança e de entender o processo de dor que ela pode estar sentindo”, explica a gerente de enfermagem.

Caso o parto seja vaginal, o pai pode ajudar também com o desconforto físico, inclusive fazendo massagens ou acompanhando as respirações – que podem ser treinadas previamente com o acompanhamento de uma doula, por exemplo. “Ensinamos massagens que podem ajudar e a própria presença e toque do parceiro podem ser muito tranquilizadores para a mulher”, diz Carla Dieguez, doula, educadora perinatal e consultora de amamentação.

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Mais que dicas práticas, os encontros com a doula antes do parto orientar o casal para que saibam o que esperar e não se surpreendam com acontecimentos naturais do processo. “Temos que pensar que quando estamos preparando a mulher para o parto, estamos preparando também o pai. Ele também está envolvido, e isto pode ajudar para que ele não fique assustado e saiba o que esperar do comportamento da mulher, como desenrola o trabalho de parto e o que ela sente em cada fase”, pontua Carla.

“Saber de tudo isso pode dar uma confiança maior, porque ele também está embarcando em um mundo que não conhece”, ressalta ela.

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De acordo com a doula, a mulher em trabalho de parto deve ficar mais voltada para si mesma, então o ideal é que não seja perturbada com perguntas – e aí que entra novamente o pai, que deve responder tudo o que estiver ao seu alcance, como eventuais informações médicas, sempre respeitando o limite e o espaço da mulher.

Outra atitude bacana do pai é ficar atento ao ambiente, para que a grávida se sinta o mais segura e confortável possível. “Ajude a garantir privacidade dela, opte por uma luz baixa ou penumbra, pergunte se ela quer ouvir uma música…”, aconselha a consultora de amamentação, que também pede pra evitar perguntas mirabolantes ou que incitem respostas complexas.

O que (mais) não fazer

Além de não deixar a mãe em dúvida na hora do parto, o ideal é que o pai também evite conversar com ela durante as contrações e espere os intervalos para isto. E claro: “nada de críticas ou de desvalorizar o que a mãe está sentindo”, aponta a enfermeira.

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Podem haver divergências sobre alguns procedimentos no decorrer do processo, como a decisão de aceitar ou não a anestesia, mas o importante é que o pai respeite a escolha de sua parceira e confie em seu propósito ao optar por determinada via de parto.

Enfim com o bebê em mãos – e mesmo no decorrer do trabalho de parto – sabemos que a tentação de registrar e eternizar cada detalhe é grande, mas Rosmaria recomenda que o companheiro maneire nas fotos e filmagens, para não atrapalhar os profissionais de saúde e nem tirar o protagonismo do momento único que vive a mulher.

Já no quarto, é fundamental que o pai respeite o momento de descanso e recuperação da mãe e se assegure de que as visitas não estão demandando muito da puérpera. “Agora, por conta do novo coronavírus, estamos com os horários mais restritos, mas quando há livre acesso o pai pode controlar as visitas, tendo em mente o quanto é importante o descanso para que a mãe se recupere”, diz a profissional da Pro Matre.

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