Se um dia, durante a gestação, você teve a sensação de que se olhou no espelho e seu nariz estava maior do que antes, calma! Talvez não seja só impressão. De fato, ele pode aumentar e ficar mais larguinho – e a culpa disso, você já deve imaginar de quem é: sim, dos hormônios.
“Normalmente, acontece entre o final do segundo trimestre e o início do terceiro, por conta do aumento da progesterona, do estradiol e da prolactina”, explica Michele Malzac, ginecologista e obstetra do Hospital Federal dos Servidores do Estado do RJ e da Baby Concierge.
Essa mudança – que não acontece com todas as mulheres, mas é frequentemente relatada – está entre as alterações decorrentes dos inchaços da gestação: nos dedos das mãos, nos pés, tornozelos… Não é raro, por exemplo, que o uso de anéis e até de certos calçados fique difícil (ou impossível) em algum momento. Além da questão hormonal, a circulação também é afetada com o aumento de sangue no início da gravidez e, depois, com a compressão da veia cava provocada pelo crescimento do útero.
Apesar de ser algo comum e até esperado, porém, Michele alerta que é preciso observar esses inchaços. “O edema sempre vai chamar a atenção dos profissionais em termos de pré-eclâmpsia, que é o aumento da pressão. É quando a paciente tem pico pressórico (elevação aguda da pressão), tornando a gestação de alto risco”, explica a obstetra.
Segundo a profissional, avaliar o peso da mulher é importante também por essa questão, observando a quantidade de edema que ela apresenta. “É sempre preciso ficar atenta ao inchaço, ao aumento da pressão e aos exames laboratoriais que realizamos no segundo e terceiro trimestres”, pontua.
Além disso, há formas de evitar o edema patológico durante a gestação: alimentar-se de forma saudável – sempre visando à redução do consumo de sódio e de alimentos industrializados, fazer atividades físicas, dormir bem e usar roupas confortáveis.
O nariz volta ao tamanho de antes?
Sim. “O corpo tende a voltar ao normal entre dois e seis meses após o parto, que é quando os hormônios realmente retornam aos níveis anteriores”, finaliza Michele.