É comum infecções bacterianas acometerem gestantes. Na maior parte, os casos são de infecções urinárias, a cistite (quando atinge apenas a região da bexiga) e a pielonefrite (quando os rins são afetados, dando origem a um quadro mais grave).
Por outro lado, há doenças causadas por bactérias que são sazonais. No inverno, por exemplo, a qualidade do ar piora, assim como a temperatura diminui. Por isso, é comum processos alérgicos habituais se agravarem – como a rinite, que acaba evoluindo para uma sinusite.
Para o bem-estar da mãe e do bebê, o tratamento das infecções é químico e a principal medicação indicada é o antibiótico. “Sem o remédio, você não consegue curar esses quadros adequadamente”, explica Carlos Moraes, ginecologista e obstetra membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Há antibióticos bastante indicados para infecções, como é o caso da amoxicilina, da oxacilina e da tetraciclina. Cada um é categorizado pela Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), a agência de saúde dos Estados Unidos. No entanto, não são todos os medicamentos antimicrobianos autorizados para a gestante – alguns são nocivos para o desenvolvimento do bebê.
Qual antibiótico é seguro tomar na gravidez?
Existem várias alternativas para cada infecção. Tradicionalmente, o grupo de tetraciclinas, que estão dentro da categoria D, segundo a FDA (entenda abaixo o que a letra significa), não deve ser indicado para a gestante, “devido ao risco de malformação óssea e dentária do feto”, explica o obstetra. São eles a doxiciclina, a eravaciclina, a minociclina e a omadaciclina, informa o Ministério da Saúde.
Já a amoxicilina é liberada durante a gestação, sempre com orientação médica. O antibiótico faz parte do grupo B da FDA e não causa riscos ou efeitos colaterais graves à mãe e ao bebê. Dentro desta categoria também estão a clindamicina, a penicilina G ou benzilpenicilina, a penicilina V e a vancomicina.
Classe de medicamentos na gravidez
A lista da FDA classifica o nível de segurança de medicamentos e o seu potencial de risco para o bebê e para gestante entre as categorias A, B, C, D e X. Para resumir, veja o que cada uma significa:
- A: remédios seguros e estudados em humanos, que não apresentam risco ao feto nos três trimestres de gestação.
- B: estudos em animais não mostraram risco para o feto, mas não há estudos humanos adequados.
- C: estudos em animais mostraram efeitos adversos no feto OU não há nenhum estudo em animais e humanos (os medicamentos ainda podem ser indicados para a gestante em situações específicas).
- D: estudos adequados mostraram evidências de efeitos colaterais para o feto, mas os benefícios do uso podem superar os riscos do medicamento (no caso de doenças graves).
- X: estudos mostraram riscos claros e nenhum benefício.
Muitos medicamentos podem ser usados com segurança e eficácia na gravidez, ainda assim, a agência americana informa que “a decisão de tomar ou não o remédio não é isenta de preocupação”. O médico que acompanha a grávida é que deve indicar o uso ou não de remédios.