Fisioterapia pélvica na gravidez: quando e por que começar?
A prática pode aliviar desconfortos e preparar o corpo para um parto mais seguro
A fisioterapia pélvica é uma aliada poderosa para as mulheres em diferentes fases da vida, mas ganha relevância durante a gestação. Esse período é marcado por transformações intensas no corpo feminino, com mudanças hormonais e físicas que preparam o organismo para o desenvolvimento do bebê, mas que também podem gerar desconfortos.
Nesse contexto, fortalecer o assoalho pélvico – estrutura responsável por sustentar órgãos como a bexiga, o útero e o intestino – torna-se essencial, e a fisioterapia surge como uma ferramenta eficaz para proporcionar mais qualidade de vida à futura mãe.
Benefícios da fisioterapia pélvica
Durante a gestação, a atividade ajuda a prevenir ou minimizar problemas como incontinência urinária, hemorroidas e dores articulares. Além disso, auxilia na preparação ao parto, reduzindo o risco de lacerações durante o nascimento do bebê. A prática inclui exercícios de fortalecimento, alongamento, massagens perineais e, em alguns casos, o uso de dispositivos que trabalham a musculatura do canal de parto.
Os benefícios vão além do fortalecimento muscular. As sessões ajudam a melhorar a postura, aliviar dores lombares, reduzir câimbras e inchaços, estimular a circulação sanguínea e contribuir para o equilíbrio corporal. Esses cuidados também auxiliam no controle da respiração e no preparo emocional para o parto, principalmente no caso de partos naturais, em que um assoalho pélvico fortalecido pode diminuir a incidência de complicações como a bexiga baixa ou lacerações graves.
Existe um momento ideal para começar?
Não há uma regra fixa sobre o melhor momento para iniciar a fisioterapia pélvica. Por cada gestação ser única, as necessidades variam de acordo com o histórico de saúde da mulher e as particularidades de sua gravidez.
Algumas pesquisas sugerem que o início pode acontecer entre 14 e 36 semanas de gestação, mas o momento certo depende da avaliação do obstetra, que alinhará com a paciente os objetivos a serem alcançados – seja para amenizar desconfortos no meio da gestação ou intensificar o preparo do parto na reta final.
Se a gestante já apresenta sinais de desconforto, como dores na região pélvica ou escapes de urina, pode ser recomendável iniciar a fisioterapia ainda no primeiro trimestre, sempre com o aval médico. Uma consulta inicial com um fisioterapeuta pélvico ajuda a avaliar o estado do assoalho pélvico, a coordenação muscular, a resistência e a força da região, permitindo traçar um plano personalizado para atender às necessidades da paciente.
Contraindicações e cuidados necessários
Embora benéfica, a prática pode ter algumas contraindicações, especialmente durante o primeiro trimestre da gestação, quando ocorre a nidação – a fixação do embrião na parede uterina – e a formação do feto. Nesse período, muitas gestantes são orientadas a evitar atividades físicas intensas, incluindo exercícios pélvicos.
A atividade também não é indicada em casos de gestação de alto risco, como descolamento de placenta, ameaça de aborto, eclâmpsia ou necessidade de repouso absoluto. Por isso, é indispensável que a fisioterapia seja recomendada por um especialista e acompanhada por profissionais qualificados.
A importância de um cuidado individualizado
A fisioterapia pélvica na gravidez deve ser vista como parte de um plano de cuidados individualizado, ajustado às particularidades de cada mulher e sua gestação. Independentemente do momento em que começar, a prática proporciona benefícios significativos para a saúde física e emocional da gestante, contribuindo para uma gravidez mais tranquila e um parto mais seguro.
Com o suporte de profissionais especializados e a orientação médica adequada, a fisioterapia pélvica pode transformar a experiência da gestação, trazendo mais conforto, confiança e bem-estar para a mãe e o bebê.