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Fábrica de bebês: conheça a surpreendente projeção para úteros artificiais

Parece ficção científica, mas a verdade é que talvez esse futuro não esteja tão distante quanto se imagina

Por Carla Leonardi
Atualizado em 22 dez 2022, 15h57 - Publicado em 16 dez 2022, 11h16
Na imagem, de computação gráfica, um bebê dentro de uma cápsula transparente que imita um útero. A cápsula está aberta e o bebê, de pele branca, já está completamente desenvolvido.
 (Hashem Al-Ghaili/YouTube/Reprodução)
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Talvez você já tenha imaginado – ou lido em alguma distopia – como seria se os humanos fossem reproduzidos em laboratório em larga escala. Tente visualizar: um grande salão repleto de recipientes ovais e transparentes ligados a fios e tubos que são capazes de fornecer o mesmo ambiente, os nutrientes e as condições de uma gestação normal, como dentro do corpo da mulher. Achou assustador? Pois saiba que isso não é apenas material de séries futurísticas. O biotecnólogo, comunicador científico e filmmaker Hashem al-Ghaili apresentou ao mundo a EctoLife, uma projeção de como poderá ser, no futuro, uma instalação de úteros artificiais.

E se, para você, essa “fabricação de humanos” já apresenta limites éticos de saída, vale saber também que a ideia seria permitir que os futuros pais escolham todas as características da criança, como se tivessem acesso a um “menu de bebês“. Cor dos olhos, do cabelo, altura, inteligência… Segundo al-Ghaili, os recursos permitiriam até evitar a herança de doenças genéticas.

“Suprida inteiramente por energia renovável, a EctoLife permite que casais inférteis tenham um bebê e sejam os verdadeiros pais biológicos dele. É a solução perfeita para mulheres que tiveram o útero removido devido a um câncer ou a outras complicações. Com a EctoLife, partos prematuros e cesarianas serão coisas do passado“, diz o vídeo que traz imagens de computação gráfica do que viria a ser a instalação, se ela existisse.

Na imagem, computação gráfica, um grande salão onde bebês seriam gestados em úteros artificiais. São diversas cápsulas transparentes organizadas em fileiras. No centro do salão, há dois grandes cilindros.
Imagem de como seria um desses laboratórios (Hashem Al-Ghaili/YouTube/Reprodução)

Recursos impressionantes

Segundo al-Ghaili, essa seria também uma alternativa para países que enfrentam grave declínio populacional, como Japão, Bulgária, Coreia do Sul e outros. A projeção mostra uma instalação com 75 laboratórios altamente equipados, que poderiam abrigar, cada um, 400 cápsulas de crescimento – os úteros artificiais – criadas para replicar as condições exatas que existem dentro do útero da mãe.

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“Um único prédio pode incubar até 30 mil bebês criados em laboratório por ano. A EctoLife permite que o seu bebê se desenvolva em um ambiente livre de infecções. (…) Cada cápsula possui sensores para monitorar os sinais vitais da criança, incluindo batimentos cardíacos, temperatura, pressão arterial, frequência respiratória e saturação de oxigênio”, diz a narração.

Os recursos não parariam por aí. Todas essas informações poderiam ser enviadas em tempo real aos pais por meio de um aplicativo, com imagens ao vivo e em alta resolução da criança dentro da cápsula, além de um time-lapse de desenvolvimento do pequeno. Tem mais: altofalantes instalados dentro das cápsulas poderiam permitir que os familiares falem com o bebê ou até escolham playlists para ele ouvir.

Na imagem, de computação gráfica, um celular mostra como o aplicativo para monitorar, ver e conversar com o bebê funcionaria.
O aplicativo para que os pais vejam o bebê em tempo real e falem com ele (Hashem Al-Ghaili/YouTube/Reprodução)
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A gravidez poderá se tornar obsoleta?

No momento do “nascimento“, bastaria esvaziar a cápsula de líquido amniótico e abri-la. Pronto. Antes de levar o pequeno para casa, um teste de paternidade garantiria que não houve nenhum tipo de erro. Mas se você acha que ter o bebê se desenvolvendo em uma fábrica pode ser inconveniente, a ideia seria oferecer também a possibilidade de “gestá-lo” no maquinário em casa, já que ele demandaria pouca energia elétrica.

“Cada recurso mencionado é 100% baseado em ciência e já foi alcançado por cientistas e engenheiros”, disse al-Ghaili ao britânico Metro. “Em termos de prazo, depende muito das diretrizes éticas. No momento, a pesquisa em embriões humanos não é permitida para além de 14 dias. Após esse período, os embriões devem ser destruídos devido a questões éticas. Se essas restrições forem relaxadas, dou de 10 a 15 anos para que a EctoLife se torne amplamente usada em todos os lugares”, afirmou o biotecnólogo.

O vídeo ainda é uma ideia do que os úteros artificiais poderão vir a ser e a EctoLife, embora ainda seja mais um exercício de imaginação do que, de fato, um projeto, talvez não esteja tão distante do futuro que virá. “Eu não tenho dúvidas de que, em algum momento, a maioria das pessoas será gerada por inseminação in-vitro. E isso [EctoLife] será uma possibilidade. Na ciência, acredito que nunca devemos dizer ‘nunca'”, disse a professora Joyce Harper, do Instituto da Saúde da Mulher da University College London, em entrevista ao HuffPost UK.

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Assista, a seguir, ao vídeo que traz imagens de computação gráfica da projeção do que seria uma instalação de úteros artificiais. Para ativar a legenda em português, toque na engrenagem (na barra inferior) > “traduzir automaticamente” > e escolha o idioma.

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