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Os sintomas da segunda gravidez são diferentes da primeira?

Aumento da barriga, sensação do bebê se mexendo, varizes... Algumas mudanças podem sim acontecer de outra maneira na experiência do segundo filho. Entenda!

Por Flávia Antunes
Atualizado em 7 nov 2023, 16h27 - Publicado em 10 nov 2020, 16h32
 (Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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Nenhuma mulher vive a gravidez da mesma forma. As expectativas, ansiedades e cuidados são diferentes para cada uma – e não podemos deixar de incluir nesse conjunto os sintomas. Há gestantes que se queixam de enjoo e náusea, enquanto outras não sentem o incômodo (mas podem reclamar de inchaço, dor lombar e outras sensações particulares).

Mas e quando comparamos as gestações de uma mesma mãe? Neste caso, uma dúvida que pode surgir é se a segunda vivência dos nove meses terá semelhanças com a primeira, principalmente no que diz respeito às mudanças físicas e ao momento do parto.

Como já adiantamos, esta não é uma questão simples de ser respondida. Os sintomas que aparecem na primeira gestação podem não acontecer na segunda e vice-versa”, diz Renata Lamego, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein. 

No entanto, alguns acontecimentos tendem a ser diferentes quando a grávida espera o segundo filho – e isto vale para a maioria das mulheres. “Na segunda gravidez, por exemplo, a barriga ‘aparece’ antes. Porque é como se os músculos estivessem mais relaxados e adaptados para receberem o aumento do volume uterino”, explica a ginecologista. “Assim, com três ou quatro meses já é possível notá-la maior”, acrescenta. 

Alberto Guimarães, obstetra e idealizador do programa Parto Sem Medo, concorda com a explicação dizendo que o fenômeno tem relação com a flacidez da musculatura abdominal, que já se estendeu anteriormente e estará mais preparada para o peso do útero. “Portanto, com a mulher em pé e de perfil, temos a impressão de que a barriga está maior do que ela se recordava na gestação anterior, em uma mesma idade gestacional”, afirma.

Mais uma diferença que é unanimidade entre os especialistas diz respeito aos movimentos fetais. Segundo eles, depois da primeira gravidez, a mulher costuma sentir o bebê se mexendo antes, provavelmente por já conhecer a sensação. “Na primeira vez, geralmente sente com 20 a 22 semanas, enquanto que em uma gravidez posterior ocorre em torno de 17 a 18 semanas”, comenta o obstetra.

Além disso, a gestante pode notar mais varizes em sua pele na segunda vivência. “Isso porque no processo da gravidez há uma vasodilatação que, após o nascimento do bebê, volta a ser como antes (mas não completamente). Portanto, da próxima vez, há uma tendência que os vasos dilatem mais rapidamente, gerando as varizes – sem contar que neste meio tempo a mulher já envelheceu um pouco, o que também contribui”, esclarece Renata.

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O resultado é a maior probabilidade do aparecimento de varizes de membros inferiores, que são as convencionais, mas também de hemorroidas e varizes pélvicas ou na vulva. Veja alguns cuidados com as varizes na gravidez.

Já em relação aos sintomas mais “clássicos” da gravidez, como enjoos, dor nas mamas e inchaço, os médicos pontuam que não há uma relação com o número de gestações que a mulher já teve. O que pode acontecer, porém, é que ela se queixe menos de alguns desconfortos, como a dor lombar, por já ter experimentado ela e estar mais preparada neste momento.

As doenças na gravidez vão se repetir?

Alguns problemas associados à gestação podem sim aparecer novamente em uma gravidez futura, como é o caso da pré-eclâmpsia e da diabetes gestacional. “Essa primeira condição é relacionada com o parceiro. Portanto, se a mulher não teve na primeira gravidez e o pai é o mesmo, a chance de que ela se repita na segunda gestação é mínima. Já se o diagnóstico ocorreu da primeira vez, a probabilidade futura é aumentada”, explica a ginecologista.

E o mesmo vale para a diabetes gestacional. “Se a grávida teve na primeira experiência, na próxima ficaremos mais atentos na questão da alimentação, da atividade física e procuraremos outras medidas para tentar diminuir essa chance”, complementa o idealizador do Parto Sem Medo. 

Fugindo um pouco do escopo das doenças, outra questão que gera dúvidas é a da prematuridade. De acordo com o doutor, a chance de que o segundo bebê nasça prematuro depois que isto aconteceu com o primeiro, é clinicamente maior. “Isso se explica pelos fatores de risco que levaram ao parto prematuro, como uma condição chamada incompetência istmo cervical”, esclarece Renata.

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“A doença faz com que o colo do útero não resista bem ao peso e não tenha competência para segurar o bebê, podendo ocasionar um parto prematuro”, acrescenta.

O trabalho de parto será mais rápido?

Mulheres que demoraram longas horas em trabalho de parto até o nascimento do primeiro filho podem se perguntar sobre a possibilidade da segunda vez ser mais rápida. Felizmente, segundo os especialistas, esta é a tendência – e a menor duração ocorreria por dois motivos principais.

“Em um primeiro trabalho de parto, geralmente a mulher começa a contar as contrações mais cedo e não sabe diferenciar as de Braxton Hicks (treinamento) e as de trabalho de parto. Já na segunda, se ela desconsiderar as de treinamento, pode ter a percepção de que o parto foi mais rápido”, diz Alberto.

A segunda justificativa está relacionada ao processo de dilatação do colo do útero. “Na primeira gravidez, a dilatação é muito mais lenta e geralmente ela acontece antes da descida do bebê. Já nas gestações seguintes, a dilatação é mais rápida e geralmente ocorre depois da apresentação do bebê – ou seja, muda um pouco a ordem dos acontecimentos”, conclui a médica do Hospital Albert Einstein. 

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