É verdade que grávida não pode voar de avião?

Passar horas em uma aeronave parece algo arriscado? Conversamos com especialistas para tirar a dúvida de vez. Anote as orientações e boa viagem!

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 12 dez 2022, 12h36 - Publicado em 9 dez 2022, 16h10
É verdade que grávida não pode voar de avião?
 (Arte: Anamaria Sabino/Getty Images)
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De modo geral, a grávida pode ficar tranquila para planejar uma viagem um pouco mais distante com a família. O passeio de avião em si não oferece nenhum risco especial à mãe ou ao bebê, explica Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela Universidade de São Paulo (USP) e médico do Hospital Albert Einstein.

Antes, entretanto, as exigências da companhia aérea devem ser verificadas. “Oriento minhas pacientes a levarem uma declaração médica para todas as viagens. Assim, não enfrentarão problemas ao embarcar”, comenta o especialista.

As regras para autorização do embarque variam conforme a empresa que promove o voo. A maioria delas aceita que gestantes viajem até a 32° semana de gravidez. Porém, a partir do terceiro trimestre (28° semana), é necessária a autorização do obstetra, diz Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra. É possível ainda que a companhia requisite que a grávida esteja acompanhada do médico.

O período ideal para planejar passeios de avião – especialmente os longos – é entre 12 e 29 semanas. “Muitas grávidas passam mal no primeiro trimestre devido a náuseas e vômitos, podendo tornar o trajeto mais complicado. Por isso, o segundo trimestre é a fase ideal”, recomenda Igor. Além disso, vale ressaltar que uma viagem no início da gestação não gera nenhum risco complementar, como o de perda gestacional. “Isto é um mito”, completa o ginecologista.

Situações de risco e atenção

Não há evidências científicas de qualquer prejuízo para grávidas que voam de avião. Ainda assim, é importante tomar alguns cuidados em viagens de longo período, a depender da idade gestacional.

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“Gestantes que perderam líquidos ou que estão em risco aumentado para trabalho de parto prematuro precisam, junto com seu obstetra, ponderar os riscos e benefícios da viagem de avião”, explica Cinthia.

Outro ponto de atenção se refere à imobilização prolongada das pernas e ao risco de trombose, que é naturalmente maior pela gravidez. “Recomenda-se que a gestante use meias elásticas antitrombose, mexa as pernas e se levante algumas vezes durante o voo – o que já costuma acontecer pela vontade frequente de fazer xixi”, ressalta o obstetra.

Situações de gestação de risco (como hipertensão, sangramentos vaginais e alterações da placenta) podem contraindicar o embarque. Mas tudo dependerá do tempo de gravidez e da duração do passeio.

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(encrier/Getty Images)

Como deixar a viagem mais confortável

Além do uso de meias elásticas, a gestante pode utilizar travesseiros para apoio da lombar, roupas e sapatos confortáveis e escolher assentos com mais espaço. Há ainda a opção de levar medicações para amenizar possíveis sintomas, como remédios para náuseas e dor de cabeça.

O cinto de segurança não deve ser afivelado diretamente sobre a barriga, mas sim abaixo dela – evitando a compressão do útero. O ideal é que as refeições durante o voo sejam leves, e a mulher precisa se manter bem hidratada, se alongar e se movimentar com frequência.

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