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Dengue durante a gravidez: quando o quadro é preocupante?

Os casos de dengue sofreram um aumento significativo em 2022, segundo o Ministério da Saúde. Gestantes devem estar atentas às complicações da doença.

Por Isabelle Aradzenka
15 jun 2022, 14h30
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Sua Gestação Suas REGRAS: Elaborando um Plano de Parto Eficaz  (Jose Pelaez/Getty Images)
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Deixar caixas d’água fechadas, garrafas PET e de vidro sempre viradas para baixo, evitar o acúmulo de água parada em locais próximos à residência… Estas orientações soam familiar, certo? Afinal, falar sobre o vírus da dengue no Brasil não é uma discussão recente. Transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, a doença continua a preocupar as autoridades – e, sim, merece a atenção das grávidas.

Entre janeiro e junho de 2022, os casos de dengue sofreram um aumento de 197,9% em comparação a 2021, de acordo com dados do 22° Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Estima-se, entretanto, que os índices alarmantes sejam uma consequência das medidas de restrição impostas pelo período da pandemia.

Entre os mais de 1 milhão e 100 mil possíveis casos da doença só neste ano, mulheres grávidas são pacientes consideradas “de risco” e merecem acompanhamento personalizado. “A dengue em mulheres grávidas pode ser perigosa. Sobretudo, se a infecção ocorrer no início ou no fim da gravidez e não tiver o tratamento adequado e orientado por um profissional de saúde”, explica Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames.

Assim como nas demais infecções, um dos primeiros passos para buscar o tratamento é identificar os sintomas. No caso da dengue, os sinais da doença em gestantes não diferem dos observados em outros pacientes. Entre eles:

  • Febre abrupta (geralmente alta e acima de 39º);
  • Dores de cabeça e no corpo;
  • Dor no fundo dos olhos;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Náuseas e diarreia;

Dengue: atenção aos riscos para a mãe e para o bebê

As maiores preocupações em relação à doença em mulheres grávidas se devem principalmente aos riscos de hemorragias, uma complicação já conhecida da infecção. “As hemorragias aumentam as chances de perda gestacional no início da gravidez, bem como de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, comprometimento do fígado e falência dos rins. Somado a isto, também há o perigo de o bebê nascer abaixo do peso recomendado”, pontua a infectologista.

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A especialista ainda complementa que as complicações em relação à doença se intensificam caso a mulher tenha contato com os vírus da dengue (seja qualquer um dos seus quatro subtipos) no início ou no final da gravidez. Somado a isto, em comparação a pessoas não gestantes, já existem indícios da possibilidade aumentada de grávidas que tiveram contato com os vírus falecerem durante a gravidez ou puerpério.

Um dos estudos conduzido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz e publicado na revista científica Scientific Reports, em 2018, concluiu que a doença aumentou o risco de morte materna em três vezes, e a presença de sintomas como febre hemorrágica elevaram o risco de falecimento em 450 vezes.

Zika e dengue: é possível confundir!

A Zika e a dengue são doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. A maioria dos casos de Zika vírus são assintomáticos, mas caso existam, os sintomas são bem parecidos com os da dengue.

As principais diferenças e preocupações em relação às doenças para gestantes estão nas complicações em maior grau de seriedade que o Zika vírus pode causar. Entre elas, malformações congênitas graves – como a microcefalia – e problemas de desenvolvimento no bebê, explica Aline.

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Como ainda não há vacinas e medicamentos específicos para essas doenças, a melhor forma de combatê-las continua sendo a prevenção e o controle de infestação do mosquito.

Estou com dengue, e agora?

O diagnóstico deve ser feito através de exames laboratoriais. “As sorologias e testes de antígenos são os mais recomendados”, orienta a infectologista.

Já quando falamos do tratamento da doença em mulheres gestantes, a especialista explica que é o mesmo oferecido a outros pacientes. No entanto, elas devem fazer acompanhamento e vigilância constantes com o médico, para analisar a evolução da infecção e possíveis chances de complicações.

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