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Bebês prematuros: fatores que podem determinar a condição

Gestação gemelar, infecção materna, bolsa rota e diabetes podem estar relacionados com o problema.

Por Luísa Massa
16 nov 2017, 20h05

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada ano 15 milhões de bebês nasçam prematuros. No Brasil a realidade também é impactante: uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) divulgada em 2016 mostrou que 11,5% das crianças chegam ao mundo antes das 37 semanas de gravidez – quase duas vezes superior ao número identificado nos países da Europa. Mas, afinal, o que determina essa condição?

“Normalmente, patologias maternas. Uma das principais causas é a doença hipertensiva específica da gestação, pois a criança pode entrar em sofrimento fetal. Mas existem outros fatores como infecção materna, bolsa rota e diabetes“, explica Suely Dornellas do Nascimento, coordenadora da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

Quem está esperando gêmeos também faz parte do grupo de risco. Como as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde, muitas recorrem às técnicas de reprodução e acabam engravidando em dose dupla. “O fato de serem dois bebês no útero estimula o trabalho de parto. A gestante fica mais predisposta a ter complicações – como o rompimento de apenas uma bolsa quando se tratam de duas ou até mesmo hipertensão pulmonar”, afirma a neonatologista.

Aquelas que já tiveram um parto prematuro no passado, que possuem anomalias no útero ou que não esperaram 18 meses após a data do último parto para engravidar novamente devem ficar atentas, pois estão mais propensas a darem à luz antecipadamente.

Apesar dessas questões, a prematuridade pode, sim, ser prevenida. E a melhor maneira de fazer isso é por meio do pré-natal. “Há o acompanhamento da possibilidade de patologias e da vitalidade do feto, além da intervenção precoce. Tudo isso envolve uma profilaxia que evita a condição”, comenta a médica.

A profissional ainda acrescenta que outra medida eficaz é ministrar remédios para as mulheres que entram em trabalho de parto antes do previsto: “O obstetra pode receitar o corticóide específico que previne a hemorragia intracraniana, contribuindo para a maturação pulmonar e do sistema neurológico, melhorando a condição do bebê”.

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Problemas de saúde

Normalmente, os pequenos que nasceram antes do previsto apresentam problemas respiratórios por terem o pulmão imaturo. “Eles podem ter distúrbios metabólicos (como a hipoglicemia), anemia, complicações cardiológicas, oftalmológicas e até sequelas neurológicas porque são mais propensos a desenvolverem hemorragia intracraniana”, ressalta Suely Dornellas.

Estes bebês também têm mais predisposição para infecções e, segundo a neonatologista, isto acontece porque a taxa de anticorpos que a mãe passa para o filho acontece principalmente no último trimestre da gravidez. De qualquer maneira, é importante lembrar que as consequências variam de caso para caso e também do grau de prematuridade.

Principalmente por ajudar a fortalecer o sistema imunológico, a amamentação é importantíssima nesse período. “As crianças prematuras devem ser nutridas com o leite materno assim que puderem”, destaca a médica de São Paulo. Na maioria das vezes, no começo é usada uma sonda, mas o processo tende a progredir até o bebê sugar diretamente o seio materno.

Graus de prematuridade

Como foi dito anteriormente, os problemas de saúde estão relacionados com o estágio que o pequeno se encontra. Atualmente, existe uma classificação usada para avaliar o grau de prematuridade:

Prematuro extremo: são aqueles que chegam ao mundo com menos de 28 semanas.

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Muito prematuro: são aqueles que nascem entre 28 e abaixo de 32 semanas.

Prematuros moderados: são os que chegam ao mundo entre 32 semanas e 34 semanas.

Prematuro tardio: aqueles que nascem entre 34 e 37 semanas.

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