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Casos de dengue aumentam em São Paulo; saiba como proteger os filhos

A incidência dos casos de dengue cresce no verão. Aprenda a reconhecer os sintomas da doença nas crianças e diminuir as chances de transmissão do vírus.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 21 fev 2019, 17h12 - Publicado em 21 fev 2019, 16h32

A dengue é uma velha conhecida que perdeu certo espaço nos holofotes com as recentes ameaças do zika vírus e da febre amarela. Mas a doença não desapareceu do mapa, pelo contrário. Nos primeiros meses de 2019 os casos no Estado de São Paulo triplicaram em poucas semanas, e até agora já foram registrados 13.472 casos no Estado de São Paulo, contra 13.908 casos no ano passado inteiro.

Sintomas

Com esse aumento, os pais devem ter atenção redobrada aos sinais da doença. Nas crianças, ela pode ser confundida até com gripe, especialmente quando acomete bebês, que não falam. Por isso, deve-se ficar atentos aos sintomas, que podem ser sutis: febre não relacionada a outros problemas como tosse ou coriza, e alterações de comportamento, como choro excessivo e irritação.

“Acima dos dois anos, a criança avisa que que está com dores articulares ou de cabeça”, explica o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria. Vômito, diarreia, manchas vermelhas pela pele, apatia, sonolência, recusa da alimentação e diarreia podem aparecer, mas nem sempre isso ocorre.

As gestantes também devem ficar atentas. “Apesar de não haver evidências de transmissão do vírus para o bebê, grávidas infectadas têm risco maior de parto prematuro”, afirma Nelson.

Como proceder

Se há a suspeita de dengue, o ideal é procurar atendimento e não automedicar o filho, pois o uso de certos remédios em pessoas infectadas pode aumentar o risco de hemorragias. O tratamento é apenas sintomático, com hidratação reforçada, pois a doença desidrata o organismo, e o quadro tende a regredir em cerca de sete dias, mas a indisposição pode persistir por algumas semanas.

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Para prevenir a transmissão do vírus, o uso de repelentes está liberado somente em crianças acima de dois anos. Os produtos que barram o aedes aegypti são os que contêm icaridina. Em situações especiais, como cidades onde há epidemia, a substância IR3535 com concentração de 30% pode ser aplicada em bebês acima de seis meses com autorização do médico. Antes disso, mosquiteiros e telas nos berços fazem a barreira protetora. “Costumo recomendar aos pais de locais em que há incidência de dengue que usem o repelente de tomada no quarto do bebê, desde que ele esteja a uma distância de cerca de dois metros do berço”, diz Nelson.

A dengue pelo Brasil

As regiões paulistas mais afetadas, Norte e Noroeste, emitiram um alerta inclusive para a circulação inclusive do sorotipo 2, que tende a provocar casos mais graves da doença em pessoas que já foram infectadas com outro tipo do vírus. Algumas cidades, inclusive, atrasaram o início das aulas. Na capital do estado, houve aumento de 18% na incidência de dengue este ano em comparação com 2018.

Ainda não há dados disponíveis para todo o Brasil, mas em alguns estados a situação é similar. Em Minas Gerais, são quase 24 mil casos prováveis de dengue desde o início do ano. Já na Bahia, o número de notificações já é 134% maior do que o registrado no mesmo período em 2018. 

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