Mãe chama a atenção ao receber diploma de formatura com sua filha no colo
Fotografada com a bebê de 8 meses, a formanda Júlia Pontés repercutiu na imprensa internacional.
A brasileira-argentina Júlia Pontés, de 39 anos, foi destaque na imprensa internacional na última semana. Fotógrafa, ela concluiu o mestrado em Artes Visuais na Columbia University, em Nova York, nos Estados Unidos, e ganhou os portais e as redes ao ser fotografada com a filha no colo durante a formatura.
De beca e capelo, Júlia foi clicada entre os outros formandos com a pequena Stella Lyra, de 8 meses, que usava óculos escuros para acompanhar a conquista da mãe, que relatou em sua rede social um pouco de sua trajetória na pesquisa e na maternidade. “Poucos sabem que há pouco menos de um ano nasceu em mim uma mãe. Engravidei no susto, durante a pandemia quando estava documentando os abusos das mineradoras às comunidades do quadrilátero ferrífero enquanto seguia minhas aulas online”, escreveu.
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A importância da rede de apoio
Júlia pesquisa mineração há 8 anos, denunciando o impacto ambiental da atividade, sobretudo no estado de Minas Gerais, altamente afetado pelo extrativismo. Ao retornar para Columbia em meio à pandemia, enfrentou diversos desafios. Mãe solo – que precisa lidar, ainda, com os receios em relação ao genitor abusivo de sua filha -, não pôde ser atendida pelos médicos da universidade, por voltar já com 24 semanas de gestação, e também não recebeu nenhum apoio dos profissionais.
“Quase fiquei sem plano de saúde (lembremos que o maravilhoso SUS não existe aqui e o plano é parte do pacote universitário), meu empréstimo estudantil foi executado e meu crédito ficou sujo quase que do dia pra noite”, compartilhou a pesquisadora.
Em seu relato, Júlia contou que a comunidade ao seu redor foi essencial como rede de apoio para permitir que ela desse continuidade aos estudos e ao trabalho: “E assim, aos trancos e barrancos, chegamos nesse lugar. Não fazia sentido não ter minha filha, ela que é a maior conquista da minha vida, comigo na minha formatura. E ela estava ali para mostrar para outras mães, outras mães solo e outras mães imigrantes que é possível”.
A fotógrafa, que tem uma jornada tripla de trabalho, chamou a atenção para a necessidade de suporte à maternidade. “O que nós mães precisamos é de um sistema que entenda o que passamos e que nos dê suporte para que possamos ser a melhor versão de nós mesmas”, finalizou.
Confira, a seguir, o post completo:
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