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Como cuidar do umbigo do seu bebê

A tarefa costuma deixar as mamães de primeira viagem apreensivas. Mas não tem mistério!

Por Alessandra Bedin (colaboradora)
Atualizado em 10 ago 2021, 12h42 - Publicado em 10 Maio 2015, 00h25

Por mais que o pediatra forneça todas as instruções necessárias, é impossível não sentir um certo receio ao chegar em casa e ter que enfrentar sozinha a limpeza do umbigo do bebê. Ele é apenas um pedaço do que restou do cordão umbilical, que liga o feto à placenta dentro do útero e é responsável por manter a circulação sanguínea entre ele e a mãe, com transporte de nutrientes e oxigênio, durante toda a gestação. Logo que a criança nasce, o cordão umbilical é cortado, num procedimento indolor, e um pedacinho de 2 a 3 centímetros, mais conhecido como coto, ainda fica ligado à barriga do recém-nascido.

De acordo com a médica pediatra Cláudia Tanuri, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, o processo de cicatrização desse coto exige cuidados. “É preciso fazer uma higienização perfeita do local, com auxílio de haste de algodão e álcool 70%, três vezes ao dia, para evitar traumas, dores e sangramento”, explica. Apesar de assustar, a limpeza é simples, deve ser feita após o banho e a cada troca de fraldas, para o cordão não ficar molhado de urina. “O coto resseca e cai após a primeira semana de vida. A cicatriz que fica no local deverá receber os mesmos cuidados até que ela também seque totalmente”, alerta a profissional.

Selecionamos outras dúvidas frequentes e buscamos informações com quem entende do assunto. Confira:

1. Qual o procedimento adequado para cuidar do umbigo logo após o nascimento do bebê?

Logo após o parto, o cordão umbilical é pinçado e cortado pelo obstetra, ainda na sala de parto. Uma parte de aproximadamente 3 centímetros permanece na criança e é chamada de coto umbilical. Ainda na sala de parto, o neonatologista e a enfermeira avaliam o bebê, dão conta dos cuidados iniciais e colocam um clamp (uma espécie de grampo) no coto umbilical.

2. Como é o aspecto do coto umbilical?

Nas primeiras horas de vida do bebê, o coto umbilical tem aspecto gelatinoso, amolecido e de cor branca-azulada. Depois, com o processo de ressecamento, o coto torna-se gradativamente escuro e seco.

3. Quanto dias após o nascimento o umbigo costuma cair? Pode haver alguma variação no prazo?

Em geral, o processo leva de 7 a 15 dias de vida. Em alguns casos, esse prazo pode aumentar ou diminuir, sem que isso represente um problema. E também é normal que ocorra um pequeno sangramento, seguido da queda do coto umbilical.

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4. Como limpar o umbigo em casa?

Os cuidados com o coto realizados no hospital devem continuar em casa, até a queda do coto. Deixe a caixa de cotonete e o frasco de álcool a 70% próximos ao pacote de fraldas. Isso ajuda a lembrá-la de realizar o procedimento a cada troca.

5. Quais os cuidados para evitar traumas? 

A orientação é proteger o coto umbilical por dentro da fralda e não apertar para fechá-la. Pode ser usado qualquer tipo de roupinha, de acordo com a estação climática. Seque a umidade da pele do bebê ao redor do umbigo. O pequeno pode ser colocado no berço ou no carrinho, em qualquer posição, sem prejuízo para o coto umbilical – normalmente, não acontecem traumas se houver uma boa cicatrização.

6. É necessário fazer curativo? Como?

O cuidado mais importante é manter  a região limpa e seca. No banho, ela deve ser lavada com água e sabonete líquido neutro. Em seguida, seque delicadamente. É recomendado aplicar um antisséptico local como, por exemplo, álcool a 70%, para evitar infecção. E não se preocupe: essa limpeza não é dolorosa, mas alguns bebês não gostam, devido ao contato com o líquido frio. Nesse caso, eles podem chorar.

7. De que maneira deve ser feita a higienização e com que periodicidade?

É recomendado fazer a limpeza do coto a cada troca de fralda e após o banho. É importante estar com as mãos limpas. A dica é lavar as mãos ou passar álcool em gel. E para fazer a limpeza na região do umbigo, umedeça o cotonete com o álcool a 70% e aplique na base do coto umbilical (entre o coto e a pele), circundado toda a área. Após limpar a base, passe também o cotonete com álcool a 70% no restante do coto umbilical.

Há pediatras que não indicam o uso do álcool em casos de bebês que não tomam banhos de imersão que possam umedecer o coto. Vale sempre pedir a orientação do médico do seu filho e sanar todas as suas dúvidas sobre o risco de infecções, se optarem por não utilizá-lo.

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8. O que deve ser evitado?

Deve ser evitada a aplicação de qualquer produto não prescrito pelo médico. A crença de que o uso de faixas ou moedas evita que o umbigo fique saltado não tem respaldo científico e o uso destes recursos pode ser prejudicial à saúde do bebê, representando risco de infecção, lesões e irritações na pele. Sem contar que incomodam o bebê, atrapalhando o sono e a amamentação. Se o coto ficar exposto ao ar, irá secar e cair mais rapidamente. Por isso, não se deve cobrir a área com a fralda.

9. Que intercorrências podem ocorrer (infecção, inflamação ou sangramento)?

Pode acontecer de sair pus ou sangue na fralda, se ela estiver em contato com o umbigo. A região também pode exalar um odor, sem que isso seja, necessariamente, indício de infecção. Se a criança apresentar febre, mamar menos, apresentar inchaço ou vermelhidão em torno do umbigo, leve ao médico imediatamente. É sinal de que a área pode estar inflamada ou infeccionada.

10. O que deve ser observado, em relação ao aspecto do umbigo? Quando a mãe deve recorrer ao pediatra?

A presença de secreção, alteração de odor ou vermelhidão na pele próxima ao coto é um sinal de alerta e, se isso acontecer, procure o pediatra. Em alguns casos, após a queda do coto, o tecido local fica granuloso. Se isso acontecer, o pediatra poderá aplicar um bastão de nitrato de prata para favorecer a cicatrização.

11. Pode haver alguma alteração na apresentação estética?

Quando a pele do abdômen do bebê se prolonga por cerca de 1 a 2 centímetros, cobrindo o início do coto umbilical, ela é chamada de “umbigo cutâneo”. É importante destacar que isso não representa qualquer prejuízo a saúde do bebê. Alguns apresentam uma pequena saliência (hérnia umbilical) que, em geral, regride entre o primeiro e o segundo anos de vida do bebê, sem acarretar nenhum problema.

12. Alguma receita caseira funciona? Qual?

Não é recomendado o emprego de qualquer receita caseira devido ao risco de infecção local. Lembre-se de que o bebê é um ser frágil e que tem dificuldade em combater infecções, portanto, o uso de qualquer medicamento ou produtos deve ser sempre orientado pelo médico.

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Fontes

Pediatra Cláudia Tanuri, do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz.
Enfermeira Maria Fernanda Dornaus, coordenadora de enfermagem do Serviço Materno Infantil do Hospital Albert Einstein. 

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