Com que idade o bebê pode entrar na piscina e no mar?
O recomendado é esperar o desenvolvimento completo do ouvido e da cervical da criança para deixá-la se refrescar na água com segurança
Em geral, a piscina é um ambiente contaminado por si só. Não é possível termos o controle dos dejetos, como fezes e urina, que são espalhados na água. Fora isso, pode haver a presença de cloro, que é uma substância tóxica. “Um bebê que é exposto diretamente a esse meio pode ter algum tipo de reação alérgica, irritabilidade nos olhos ou acabar ingerindo água em grande quantidade”, explica a pediatra Michelle Hygino.
Na praia, o cuidado com a contaminação continua na areia. Diversos microrganismos se encontram entre os grãos – que podem acabar nos olhos ou na boca da criança. “O bebê ainda não tem controle e, geralmente, traz muita areia ao rosto”, complementa a especialista.
Com que idade o bebê pode entrar na água com segurança?
A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de que o primeiro contato da criança com a piscina ou com o mar seja a partir dos 6 meses de vida. “É quando o ouvido do bebê já está desenvolvido da melhor maneira possível, evitando a entrada de líquidos”, diz a pediatra. Além disso, é esperado que a criança já tenha o esquema vacinal mais importante da primeira infância completo. “Isso a protege de infecções e propicia um ambiente mais seguro para ela”, acrescenta.
Com 6 meses, o pequeno também apresenta maior controle da cervical. Logo, fica mais difícil que o rostinho caia na água e ele acabe ingerindo mais líquido do que o esperado. A recomendação é a mesma para o mar. No entanto, por ser um ambiente menos controlado – com a presença de ondas – o ideal é evitar a entrada até que os pais verifiquem que a autonomia cervical do filho esteja adequada.
O bebê deve entrar na água sempre com fralda e um traje de banho por cima. “Existem fraldas próprias para a água. É importante que todas as crianças estejam com elas e que o maiô ou biquíni as segure bem. Assim, evita-se que dentro da piscina sejam jogadas fezes ou urina”, alerta Michelle.
Cuidados e precauções com a criança na água
A grande preocupação tanto na praia quanto na piscina é o afogamento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa é uma das principais causas de morte entre pequenos e adultos de 1 a 24 anos. “As crianças precisam estar devidamente asseguradas com boias dentro da água e ter um adulto supervisionando o tempo todo”, diz a pediatra.
“Em crianças que já têm alguma autonomia, os pais precisam estar a um braço de distância do filho”, orienta Michelle. Dessa forma, em qualquer tipo de afogamento, é possível alcançar e resgatar o pequeno rapidamente.
A prática da natação
Há locais que liberam aulas de natação a partir dos 3 meses de idade. “Pela SBP, isso não é recomendado”, afirma a pediatra. Mesmo com 6 meses, a criança ainda não apresenta estrutura física e respiratória para aprender a nadar. “O ambiente da natação inicial é lúdico, para brincadeiras. Será o primeiro contato do bebê com a água. É para quebrar a barreira e o medo de entrar na piscina e ampliar o desenvolvimento cognitivo da criança”, explica.
A Academia Americana de Pediatria (AAP) indica que o bebê só pratique aulas de natação a partir de 1 ano de idade – e seja acompanhado pelo adulto na piscina até os 4. “Esse aprendizado é de extrema importância. A criança precisa saber nadar justamente para minimizar situações de afogamento”, completa Michelle.