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Alimentação infantil

Por Coluna
Dr. Hugo Ribeiro é pediatra especializado em gastroenterologia e nutrologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

O que a mãe come na gestação interfere no paladar da criança?

Especialista esclarece se é mito ou verdade que a alimentação da gestante pode influenciar nos hábitos alimentares dos pequenos. Confira!

Por Da Redação
22 jun 2017, 20h37
 (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock/Getty Images)
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Uma informação que muitas gestantes desconhecem é se o que a mãe come durante a gravidez interfere nos futuros hábitos alimentares da criança. Pesquisas recentes confirmam que sim, o contato com aromas e sabores ocorre desde cedo, ainda na fase intrauterina, e esta interação modula o paladar e influencia nas preferências alimentares futuras da criança.

Isso acontece porque as papilas gustativas – aqueles pontinhos que temos na língua responsáveis por detectar as variedades de sabores – começam a se formar entre a sétima e a oitava semana da gestação. Os sabores doce, salgado, amargo e ácido são sentidos por meio do líquido amniótico e chegam até o útero através da circulação sanguínea da gestante.

Por isso, é importante que as mães priorizem a variedade de alimentos, sem maiores restrições, para que a criança tenha contato com os diferentes sabores e aromas levados pelo líquido amniótico. Essa é a primeira experiência do paladar do bebê.

Outra dúvida muito comum é sobre o consumo de doces, uma vez que as gestantes costumam ter muitos desejos específicos. É preciso que se entenda que não há mal nenhum em comer, eventualmente, alimentos que contenham açúcares. O mais importante é o equilíbrio, comer moderadamente. A quantidade permitida vai depender do tamanho e do peso de cada uma, não existe uma referência generalizada.

A boa notícia é que futura mãe pode também comer chocolate. Um estudo desenvolvido na Universidade de Helsinki, na Finlândia, sugere que as grávidas que comem chocolate regularmente, durante os nove meses, podem gerar bebês mais felizes e tranquilos, devido à ingestão de compostos biologicamente ativos que interferem no temperamento dos bebês. Estudos realizados na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, também mostraram que o consumo diário de 30 g de chocolate – especialmente o tipo meio amargo, rico em flavonoides – pode ajudar a prevenir complicações da gravidez, como a pré-eclâmpsia, caracterizada pelo aumento excessivo da pressão e a presença de proteína na urina.

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Claro que a moderação deve ser sempre a norma, já que consumir doces demais pode causar enjoo e azia ou ainda fazer a gestante engordar além do normal.

Depois do nascimento, é importante que a amamentação seja exclusiva até o sexto mês, pois além de todos os benefícios nutricionais e funcionais já bastante conhecidos, o consumo do leite materno também contribui para que a criança tenha menos chances de se tornar muito seletiva quando crescer. Pesquisas apontam que, por terem experimentado diversos sabores pelo leite materno, os bebês estão mais preparados para se tornarem mais aventureiros a experimentar e aceitar alimentos novos.

Dr. Hugo Ribeiro

É pediatra especializado em gastroenterologia e nutrologia, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fellow em Nutrologia Infantil pela Universidade de Cornnel, em New York, e coordenador e pesquisador do Centro de Pesquisa Fima Lifshitz da UFBA

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