Consultora de Ivete Sangalo dá dicas de amamentação para as mães

A enfermeira Loise Chamusca ajudou a cantora no aleitamento do primogênito Marcelo e agora também está acompanhando o processo com as gêmeas.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 fev 2018, 16h51 - Publicado em 26 fev 2018, 19h39
Ivete Sangalo amamentando as gêmeas Marina e Helena
 (Reprodução/)
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Ivete Sangalo deu à luz Marina e Helena em pleno sábado de Carnaval. E na última terça-feira, 20, a cantora usou o Instagram para publicar a primeira foto amamentando as filhas. Dois dias depois, ela compartilhou uma imagem de Loise Chamusca, enfermeira obstetra e consultora de amamentação, para agradecer o apoio que tem recebido. A mamãe disse que conta com a ajuda da especialista desde o nascimento do primogênito Marcelo, hoje com 8 anos.

“Obrigada por realizar o meu sonho de ver os meus filhos alimentados com o mais luxuoso alimento da vida: o leite materno”, comentou a artista nas redes sociais. Em entrevista exclusiva ao Bebê.com.br, Loise também retribuiu os elogios. “Ivete é uma mãe que acredita, investe, faz questão de cuidar de tudo e amamenta plenamente“, afirmou.

Aproveitamos para bater um papo com a profissional e reunir algumas dicas sobre aleitamento materno. Confira a seguir:

1. Não é necessário tanto preparo nos seios durante a gravidez para amamentar

De acordo com a consultora, não é preciso fazer nada especial durante os nove meses. Isso porque não há evidências científicas que comprovem que determinadas práticas interfiram, de fato, no sucesso do aleitamento. “Na verdade, o preparo é a mãe saber como é a pega, entender a fisiologia da prática, querer e se empoderar para o processo. As consultas na gravidez são mais para a orientação, para que ela perceba que tem capacidade para amamentar”, ressalta Loise. Por mais que a mulher se planeje durante a gestação, as maiores dificuldades e questionamentos vão surgir apenas depois do nascimento do bebê.

2. Amamentar não deve ser um processo dolorido

Há muitos relatos de mães contando que ficaram assustadas com o incômodo que surgiu no início do aleitamento. Mas, segundo a consultora de Salvador, alguma coisa está errada se a mãe estiver com um desconforto insuportável. “Ela pode até sentir agonia no processo inicial, mas não dor. Nesses casos, muitas vezes o que não está correto é a pega do bebê: ele tem que abocanhar pelo menos 2/3 da aréola, ficar com o lábio inferior voltado para a fora e a bochecha redondinha. E essa questão tem que ser corrigida o quanto antes porque depois pode machucar ainda mais”, comenta a enfermeira. Por isso é tão importante ficar atenta e procurar ajuda de profissionais de saúde para enfrentar esse momento com tranquilidade.

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3. As fissuras podem ser tratadas com o próprio leite materno

A especialista afirma que as principais dúvidas que surgem quando as mães procuram a sua consultoria estão relacionadas com a posição da criança e o fato de saber se ela está mamando o suficiente. A pega inadequada pode acabar machucando o peito da mãe e, segundo a profissional, a melhor coisa a fazer nesse caso é aplicar o leite materno nos mamilos antes e depois de alimentar o bebê. Outra dica é ficar com o sutiã próprio para amamentação aberto, para que tenha ventilação no peito e as feridas cicatrizem.

4. Amamentar gêmeos é mais cansativo

Não tem jeito: oferecer o leite materno para dois pequenos ao mesmo tempo é exaustivo, mas no geral, as recomendações continuam as mesmas. “O ideal é colocar os bebês para mamar ao mesmo tempo para que a mãe consiga descansar um pouco. Ela deve estar sentada, em uma posição confortável, com os braços apoiados em uma almofada para não fazer força. Quanto mais relaxada estiver, mais leite produzirá”, explica a consultora. É importante lembrar que, especialmente no caso de gêmeos, a ajuda de outra pessoa é essencial para, por exemplo, colocar e tirar as crianças do colo da mãe.

5. O apoio da família é fundamental

Embora só a mãe consiga oferecer o peito para o filho, as outras pessoas que estão ao redor dela podem e devem participar desse processo – principalmente os pais. Isto significa colocar o bebê para arrotar, oferecer água para que ela se hidrate e deixá-la tranquila. “O apoio familiar é importante para que a amamentação flua e o pai deve estar presente, auxiliando a mulher para que ela descanse. Quem não tem esse apoio, na primeira dificuldade que surge já desiste porque acaba ficando extremamente cansada”, pontua Loise.

6. Alguns sinais mostram que o bebê está mamando bem

Essa é uma preocupação constante dos pais: será que a quantidade de leite materno está sendo suficiente para nutrir o meu filho? Os cuidadores devem se atentar a alguns aspectos como, por exemplo, se o pequeno está fazendo xixi e defecando normalmente. Segundo a enfermeira, todo bebê perde até 10% do seu peso nas primeiras 72 horas de vida porque nasce inchado e há, também, a questão da regulação da sua temperatura corporal no novo ambiente. Passado esse período, os pequenos começam a recuperar o peso. E nada melhor que a sucção que o próprio bebê faz ao mamar para estimular a produção do leite materno. “A mãe pode seguir oferecendo o peito na hora que ele sentir necessidade”, completa.

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7. Tranquilidade é essencial

Não é fácil lidar com as preocupações e dúvidas que surgem no período de adaptação dos primeiros meses do bebê em casa. Mas apesar disso, tentar manter a calma é essencial porque o aspecto psicológico da lactante interfere – e muito – no sucesso do aleitamento materno. Loise esclarece que, se isso não acontecer, a mãe acaba ficando esgotada e, consequentemente, reduzindo a produção de leite.

8. Saiba quando procurar ajuda

Não. Você não tem que dar conta de tudo e se sentir uma péssima mãe quando as coisas não saírem como o planejado. Há serviços e consultorias dedicadas a auxiliar as mulheres que estão tendo dificuldades com a amamentação e, acredite, esse apoio pode mudar a sua vida. “Avaliamos as mamadas, vemos como o bebê está sugando e ajudamos a mãe a arrumar a pega para que ela não tenha dor. Tudo isso é um exercício. As dúvidas surgem no aleitamento porque ele é um processo que depende da lactante e também do bebê”, pondera a especialista.

9. Filtre os comentários

É claro que cada caso é um e exige orientações específicas, mas é necessário tomar cuidado com os palpites e nem sempre acreditar em mitos que são difundidos por aí. “A mãe que tem mamilo plano consegue amamentar. É necessário entender que o bebê precisa pegar a aréola, que a mama deve ser esvaziada um pouco antes de oferecê-la, que a criança deve estar de frente com a mãe – de barriga para barriga”, orienta a consultora.

10. É preciso acreditar

Sabemos que, por motivos diversos, nem sempre as mulheres conseguem amamentar os seus filhos. Mas, antes de encerrar o processo, é essencial conversar com profissionais e procurar apoio de quem realmente entende do assunto. “Acho que a principal dica é a mãe acreditar que é possível, que ela consegue. No início, toda amamentação é difícil, é um aprendizado. Ela precisa se entregar, ter paciência, tentar dormir enquanto o bebê dorme, evitar visitas em casa e deixar fluir porque tudo se adapta. Normalmente, de 15 a 20 dias, o processo se regulariza”, informa Loise.

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