Roséola em bebê: o que é, sintomas e tratamento
A infecção viral é comum nos primeiros anos de vida e, muitas vezes, passa até despercebida, confundida com outras doenças. Veja quais são os cuidados
Ter um bebê ou um filho pequeno doente em casa é uma das piores sensações do mundo. Mas é justamente nos primeiros meses de vida, quando as crianças ainda não têm um sistema imunológico plenamente desenvolvido, que os vírus e bactérias acabam causando problemas com mais frequência. Aos poucos, os filhos crescem, vão recebendo vacinas e fortalecendo o organismo, até mesmo por meio das próprias doenças, quando o corpo reconhece um patógeno e organiza as defesas para se proteger. É o que acontece, por exemplo, com a roséola.
Também conhecida como exantema súbito, a roséola infantil é muito comum na faixa etária que vai de 6 meses a 2 anos. Muitas vezes, a criança é afetada, mas acaba nem sendo diagnosticada, por ter um quadro leve ou porque o problema se confunde com outras viroses, ou com gripes e resfriados.
Sintomas de roséola
“A roséola começa com um quadro febril alto, com febre acima de 38, 39°C. Às vezes, até 40ºC”, explica a dermatologista Flavia Costa Prevedello, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). “Essa febre costumar durar de dois a três dias e só depois que ela cessa é que aparece o exantema, que são as lesões avermelhadas. Essas lesões duram alguns dias e depois desaparecem”, descreve a especialista. A doença ainda pode apresentar sinais como coriza e falta de apetite.
Estamos falando de uma infecção causada por um vírus, que é o herpes do tipo 6 (HVH-6) ou 7 (HVH-7). “Os adultos, provavelmente, já tiveram contato com o vírus e, a partir disso, desenvolveram imunidade. Então, eles podem ser portadores, mas não têm os sintomas. A criança, no primeiro contato, fica doente, mas o quadro não costuma se repetir, porque ela também acaba adquirindo imunidade”, afirma.
Como a roséola é transmitida?
“O vírus é transmitido por vias aéreas”, aponta Flavia. A prevenção, portanto, inclui evitar levar crianças a locais aglomerados e fechados, higienizar bem as mãos, evitar o compartilhamento de objetos, como copos e talheres, manter a distância, se possível, de outras crianças ou adultos que estejam com infecções respiratórias, com tosse ou com febre.
Tudo aquilo que sabíamos, mas acabamos reforçando com a pandemia de Covid-19, já que a forma de contaminação é basicamente a mesma.
Roséola infantil tem tratamento?
A infecção tem um ciclo que dura cerca de uma semana – somando os dois ou três dias de febre com os três ou quatro do rash, que são as lesões avermelhadas. Depois disso, acaba desaparecendo sozinha.
“Não tem tratamento. O cuidado, na fase dos episódios febris, é tentar baixar a temperatura, para evitar convulsão. Isso é feito com uso de antitérmicos e banhos mornos, por exemplo”, indica a médica. Na roséola, portanto, tratam-se os sintomas, até que a doença se resolva sozinha.
Existe a possibilidade de que ocorram complicações em crianças imunossuprimidas, ou seja, com deficiência imunológica. “Nesse caso, pode haver um comprometimento sistêmico mais agressivo e, para evitar, ao identificar uma suspeita de infecção, é possível usar uma medicação antiviral”, explica a dermatologista.
A especialista reforça que é importante evitar medicar os pequenos por conta própria e em excesso. “Ao notar a criança abatida, com uma febre que não cessa tão facilmente, busque sempre atendimento médico”, recomenda.