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Mioma uterino: sintomas, tratamento e outras informações importantes

Muitas mulheres se assustam com a descoberta de miomas no útero, mas, de maneira geral, eles são relativamente comuns na idade reprodutiva

Por Da Redação
3 nov 2023, 10h32
ilustração de um útero com bolinhas que representam miomas
 (Tatyana Antusenok/Getty Images)
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Fazer exames ginecológicos de rotina e descobrir, após um ultrassom, por exemplo, a existência de um mioma uterino (ou mais de um) pode ser um grande susto. Se você chegou até este texto pesquisando mais informações sobre o assunto, justamente pela preocupação, respire e se tranquilize.

Provavelmente seu médico vai explicar com detalhes a situação, de maneira individual. Porém, para ajudar você a entender melhor o que são os miomas uterinos, por que aparecem e de que modo impactam na saúde, conversamos com a ginecologista e obstetra Luana Ariadne Gomes, do Hospital Edmundo Vasconcelos (SP), que explicou alguns dos pontos principais.

Miomas são tumores, mas…

Para início de conversa, é importante entender que, sim, miomas uterinos são tumores, já que se formam a partir do crescimento descontrolado de células musculares. No entanto, são nódulos benignos, constituídos de músculo liso, localizados no útero.

“A leiomiomatose [nome que os médicos utilizam para falar dessa formação de miomas] é considerado o tipo de tumor benigno mais frequente dos órgãos genitais femininos na idade reprodutiva”, afirma a especialista. A causa, por enquanto, não foi identificada, mas o que se sabe é que esse crescimento depende de fatores hormonais. Por isso, é comum que os miomas diminuam de tamanho quando a mulher entra na menopausa.

A taxa real de ocorrência é desconhecida, porque há um grande número de pessoas que não apresentam sintomas e acabam não descobrindo que os miomas se formaram. Porém, a estimativa, de acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, é de que cerca de 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas.

Tipos de mioma

A classificação dos miomas muda segundo a localização. Eles podem ser:

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  • Miomas submucosos: quando estão dentro da cavidade uterina
  • Miomas intramurais: quando estão na parede uterina
  • Miomas subserosos: quando estão na superfície do útero

E como identificar tudo isso? “Normalmente, fazemos o diagnóstico por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética ou histeroscopia”, diz Luana.

mulher com a mão na barriga
(Lars Zahn Photography/Getty Images)

Fatores de risco

Embora sejam comuns em mulheres como um todo, uma maior incidência foi identificada em alguns subgrupos populacionais. A médica explica que os miomas acometem sobretudo a faixa etária de 30 a 40 anos, e chega a ser cerca de nove vezes mais frequente em pessoas negras.

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“Alguns fatores de risco para o desenvolvimento dos miomas incluem idade, já que eles são mais frequentes em mulheres em idade reprodutiva, histórico familiar, raça e obesidade”, aponta. “Como os miomas são dependentes de hormônios e a obesidade leva a um aumento do estrogênio [hormônio sexual feminino] em circulação, a doença favorece a formação dos tumores”, acrescenta.

Sintomas de mioma uterino

Muitas vezes, quem tem mioma não vai saber de nada até descobrir em um exame, já que a condição pode ser assintomática. Nos casos em que há sintomas, eles estão relacionados com a localização, o número e o tamanho dos tumores, segundo a ginecologista.

“Quando falamos dos miomas subserosos, a sensação de peso e desconforto abdominal é predominante. Eles podem causar dor aguda devido à torção dos pedículos [que são como pequenos cordões que ligam os miomas ao útero]. No entanto, normalmente, a dor e o desconforto vêm da compressão de órgãos próximos, conta.

“Os tumores intramurais estão associados a ciclos hipermenorrágicos [quando a menstruação é intensa em volume e/ou tem um período de duração muito longo], com eliminação de coágulos e cólicas. Já os miomas submucosos têm como quadro clínico principal o sangramento uterino, além dos ciclos hipermenorrágicos”, detalha. Em qualquer localização, é possível que provoquem desconforto na bexiga e no intestino, quando comprimem esses órgãos.

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Mioma x fertilidade

A presença de miomas pode, em alguns casos, estar associada à infertilidade. “Vários mecanismos pelos quais esses tumores podem causar redução da fertilidade têm sido sugeridos na literatura, como: alteração do contorno endometrial [o tecido que reveste o útero internamente], o que pode interferir na implantação do óvulo fecundado; aumento e deformação da cavidade uterina, que podem impactar no transporte e no acesso dos espermatozoides aos óvulos; alteração das contrações uterinas, prejudicando a movimentação normal do esperma; e persistência de sangue ou coágulos dentro do útero, o que também pode dificultar a implantação”, explica Luana.

Nesses casos, é sempre importante conversar com o médico para entender quais são os tratamentos mais indicados.

Tratamento para mioma uterino: precisa de cirurgia?

Nem todas as ocorrências de mioma requerem tratamento. Tudo vai depender da existência e da intensidade de sintomas, além da taxa de crescimento dos tumores.

A médica lembra que é preciso discutir a importância de manter a capacidade reprodutiva, o desejo de conservação do útero e os incômodos eventualmente gerados pelos nódulos. “A decisão sempre deve ser tomada após longa discussão e reflexão sobre os sintomas e sentimentos da mulher, o aspecto anatômico do útero e a relação dos miomas com a parede uterina”, diz.

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O tratamento pode ser radical (definitivo) ou conservador. Dentro da primeira opção, o mais comum é fazer a histerectomia, que é a cirurgia da retirada do útero. Se a alternativa for pela terapia conservadora, é possível usar medicamentos que melhoram os sintomas ou diminuem temporariamente o volume dos miomas. Outra conduta conservadora seria a cirurgia para a retirada dos miomas, a miomectomia, e não do útero inteiro.

Há ainda a possibilidade de fazer a embolização das artérias uterinas, que bloqueia o fluxo sanguíneo para os miomas, reduzindo o tamanho e impedindo o crescimento deles. “A escolha deve ser feita depois de uma avaliação minuciosa do caso e das queixas da mulher, levando sempre em conta os seus desejos. Hoje, buscamos oferecer tratamentos que tenham menos impacto na recuperação. Tudo isso precisa ser levado em consideração”, destaca a médica.

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