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Metade das crianças mortas por covid-19 no Brasil tinha até dois anos

Sendo que, um terço do total de óbitos infantis de 2020, ocorreu antes mesmo dos bebês completarem um ano de vida, de acordo com o levantamento da FioCruz.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 18 ago 2021, 10h04 - Publicado em 17 ago 2021, 15h03

Com o desenvolvimento da pandemia causada pela covid-19, pesquisadores têm conseguido dimensionar as consequências da doença em diferentes faixas etárias. Este é o caso do levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no dia 16 de agosto, em que constatou-se que 45% dos 1.207 óbitos entre menores de 18 anos, em 2020, foram de bebês com até dois anos.

Isso significa que, partindo da análise dos dados de Sistema de Informação sobre Mortalidade Infantil (SIM), do Ministério da Saúde, cerca de 540 crianças com até dois anos morreram por causa do coronavírus no ano passado, enquanto que um terço do total de óbitos ocorreu antes mesmo dos bebês celebrarem seu primeiro ano de vida.

Sabe-se ainda que 9% faleceram dentro de 28 dias depois de seu nascimento, correspondendo a um número aproximado de 108 recém-nascidos. “Esperamos que essas conclusões orientem políticas públicas para o enfrentamento da pandemia”, declarou o coordenador da pesquisa, Cristiano Boccolini, da Icict/Fiocruz, no artigo de divulgação dos resultados.

Ainda no levantamento, o especialista lembrou que crianças tendem a apresentar quadros assintomáticos e mais brandos quando contaminadas pela covid-19, mas isso não significa que elas estejam 100% isentas de desenvolverem versões mais perigosas da doença. Um exemplo disso é a contaminação crescente do público infantil nos Estados Unidos, em decorrência da variante Delta, a qual possui maior transmissibilidade e tem se tornado uma grande preocupação por lá. “Em alguns países, como nos Estados Unidos, o avanço da variante Delta aumentou o número de casos novos de covid-19 e esse aumento expõe cada vez mais crianças ao vírus. Em muitos lugares os leitos infantis estão sobrecarregados e isso pode acontecer no Brasil também”, ressalta Cristiano.

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As medidas de proteção precisam continuar!

Diante desse cenário, o alerta do coordenador da pesquisa é que o calendário de vacinação precisa avançar, cada vez mais, sendo completado com as duas doses. E, enquanto crianças menores de 12 anos não forem incluídas nele, as medidas de proteção não devem ser deixadas de lado. Portanto, é fundamental continuarmos atentos ao uso de máscara, lavagem correta e constante das mãos e distanciamento social.

“Outra recomendação importante é que mães com covid-19 continuem amamentando seus bebês, se ambos tiverem condições físicas para isso. Os benefícios do aleitamento materno superam em muito o risco de contaminação”, como reforça Cristiano, em fala importante no Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno.

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