Em agosto, o Ministério da Saúde iniciou a campanha de aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19, hoje disponível para idosos a partir de 60 anos e grupos com comorbidades.
Apesar disso, a expectativa cada vez maior de que a dose de reforço seria liberada também para grávidas e puérperas, consideradas como grupo prioritário na fila da vacina, levou a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) a divulgar, na terça-feira (19), uma recomendação para a vacinação dessas mulheres.
“A Febrasgo recomenda que a imunização de reforço ocorra, pelo menos, seis meses após o recebimento da segunda dose. Atenta ainda para que a dose de reforço seja ministrada por meio das vacinas aprovadas para mulheres grávidas e em puerpério, preferencialmente a da Pfizer/BioNTech. Caso não esteja disponível, a vacina Coronavac/Butantan, gerada por meio de vírus inativado, também é permitida para aplicação neste grupo”, divulgou em nota.
O comunicado também ressalta a efetividade e a importância da vacina na proteção das gestantes contra casos de SRAG (Síndrome Respiratória Agudo Grave), ocasionada através da infecção pelo novo coronavírus e que pode levar a complicações severas de prematuridade no bebê e até mortalidade na mãe. Só de janeiro a outubro, por exemplo, o número de mortes pela Covid entre grávidas e puérperas dobraram, de acordo com dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OObr).
A recomendação não é única…
O conhecimento sobre os riscos da doença para as grávidas e puérperas não é novidade. Ainda em outubro, a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP) já havia lançado um incentivo para a aplicação da dose de reforço.
“A observação de que gestantes e puérperas apresentam maior risco de desenvolver as formas graves da Covid-19 e, consequentemente, maior risco de morte materna foi a principal motivação para que a SOGESP se posicionasse favorável a vacinação neste grupo de mulheres”, divulgou em nota oficial.
Apesar dos esforços e recomendações das organizações oficiais, apenas 13,5% do grupo de gestantes e puérperas recebeu a imunização completa no país, de acordo com o Data SUS. Em contraste com a baixa adesão à imunização, grávidas não vacinadas, particularmente no terceiro trimestre, têm maiores chances de desenvolver um quadro grave de Covid-19, segundo a Sogesp.
Por enquanto, o Ministério da Saúde ainda não liberou a terceira dose para este grupo, seguindo apenas com o reforço em idosos acima dos 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos.