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Covid-19: Grávidas e puérperas passam a ser grupo prioritário da vacina

A vacinação de grávidas e puérperas acontecerá em duas etapas, sendo a primeira para aquelas que apresentarem algum tipo de comorbidade.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 18 jan 2023, 18h47 - Publicado em 27 abr 2021, 16h25

Após tantas idas e vindas sobre a decisão de gestantes e puérperas serem vacinadas contra covid-19, na terça-feira (27), o Ministério da Saúde liberou uma nota técnica estabelecendo que tanto grávidas quanto mulheres que estão no pós-parto tornaram-se parte do grupo prioritário do imunizante, recomendando-o para todas.

De acordo com o documento disponibilizado pelo Ministério da Saúde, a vacinação de grávidas e puérperas acontecerá na segunda etapa da campanha junto com outros grupos prioritários, como pessoas com comorbidades e também com deficiências permanentes. Estima-se que só os dois últimos já somem mais de 25 milhões de pessoas a receberem as doses.

Por que a mudança a respeito de grávidas e puérperas? 

Ainda de acordo com a nota técnica, o primeiro motivo que levou à esta nova decisão é que seguindo as análises científicas e dados epidemiológicos, ficou evidente que quadros de coronavírus desenvolvem-se pior neste grupo, aumentando os riscos de internações, partos prematuros, perdas gestacionais e até mesmo falecimento da mulher.

“Considerando ainda o momento pandêmico atual no Brasil com elevada circulação do SARS-CoV-2 e aumento no número de óbitos maternos pela covid-19 ficou entendido que, neste momento, é altamente provável que o perfil de risco vs benefício na vacinação das gestantes seja favorável”, completa o documento.

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Já sobre a ausência de estudos clínicos capazes de comprovarem que a vacina não coloca em risco tanto a mãe quanto o bebê em desenvolvimento, o Ministério da Saúde pontua que a técnica usada para a produção do imunizante brasileiro é a partir de vírus inativos – tipo de vacina que pode ser aplicada normalmente durante a gravidez, como é o caso da feita para gripe.

“Portanto, o Programa Nacional de Imunizações, diante das avaliações do risco vs benefício, da situação epidemiológica do País, do sobrerrisco aumentado para hospitalização dessa população, subsidiado pelas discussões na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis e Câmara Técnica Assessora em ações integradas a Assistência à Gestante e Puérpera no contexto do coronavírus, decidiu por recomendar a vacinação contra a covid-19 de todas as gestantes e puérperas e incluí-las nos grupos prioritários para vacinação. Estima-se que existam cerca de 3 milhões de gestantes e puérperas anualmente no País”, reforça a nota.

Como acontecerá a vacinação

Ainda não há uma previsão de quando este novo grupo prioritário receberá as doses contra a covid-19, entretanto, já se sabe que ele será dividido em duas fases e diferentes gestantes estarão em cada uma delas. Veja quais são:

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  • 1ª etapa: gestantes e puérperas com comorbidades, independente da idade.
  • 2ª etapa: grávidas e puérperas independente de doenças pré-existentes, mas respeitados intervalos de idades. A primeira parcela a ser imunizada terá de 50 a 54 anos, a segunda de 45 a 49 anos, a terceira de 40 a 44 anos, a quarta de 30 a 39 anos e a quinta e última de 18 a 29 anos.

Orientações sobre a vacina

Já para o ato de receber o imunizante em si, o Ministério da Saúde alerta que as grávidas da 1ª etapa devem apresentar um documento médico que comprove a comorbidade durante a gestação. Entretanto, não será pedido um teste de gravidez e a vacinação será feita independente da idade gestacional.

Para as puérperas, é fundamental que os profissionais de saúde também estejam atentos a repassar a informação que, mesmo após a vacinação contra a covid-19, as lactantes podem continuar amamentando seus filhos normalmente.

Por fim, a nota técnica também estabelece o intervalo indicado entre a vacina contra o coronavírus e a para gripe: “Deverá ser respeitado o intervalo de no mínimo 14 dias entre a administração da vacina Influenza e/ou outra vacina do calendário de vacinação da gestante/puérpera e a administração da vacina covid-19″, completa.

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