Endometrite: entenda o que é essa inflamação dentro do útero
A doença, que não tem relação com a endometriose, é provocada por bactérias e precisa ser tratada com antibiótico. Saiba mais!
Você já ouviu falar em endometrite? Recentemente, a atriz Fernanda Paes Leme, que está esperando seu primeiro bebê – uma menina que se chamará Pilar – compartilhou nas redes sociais que, antes de engravidar, precisou tratar essa doença.
Segundo a ginecologista e obstetra Juliana Schablatura Vera, trata-se de uma inflamação do endométrio (aquela camada que reveste a cavidade interior uterina) que pode ser aguda ou crônica. “Ela é causada pela ascensão de microrganismos [bactérias] provenientes da vagina em direção ao útero (em especial a clamídia e a bactéria causadora da gonorreia). Isso pode acontecer por meio de procedimentos que precisam de acesso à cavidade, como a histeroscopia, por algo irritativo, como o DIU, ou mesmo sem causa definida”, explica a médica.
É importante destacar que, embora as palavras sejam semelhantes, a endometrite não tem relação com a endometriose.
Quais são os sintomas da endometrite?
Segundo Juliana, os principais sintomas são “dor pélvica, dor durante as relações sexuais, sangramento vaginal, secreção vaginal com cheiro ruim e febre“. Também pode acontecer o chamado “útero amolecido”, em caso de parto recente – a ginecologista ressalta que a cesariana aumenta de 10 a 30 vezes o risco de endometrite em relação ao parto vaginal.
“O diagnóstico é clínico, sendo importante investigar a história da doença, questionando uso de preservativo nas relações sexuais, parto recente, inserção de DIU ou algum procedimento intrauterino, além do exame físico em busca de alguns sinais específicos”, detalha a especialista.
Riscos e tratamento da endometrite
Uma vez confirmada a endometrite, o tratamento é feito com antibióticos. Em alguns casos mais graves, pode ser necessária a internação da paciente para administração do medicamento de forma endovenosa. “Também pode ser preciso investigar abscessos ou corpo estranho na cavidade pélvica através da ultrassonografia”, acrescenta Juliana.
Vale reforçar que é importante tratar a doença, já que ela pode provocar infertilidade ao causar aderências nas tubas uterinas e até evoluir para sepse (infecção generalizada), apresentando-se de forma grave.
Quais são os grupos mais afetados?
Mulheres na fase reprodutiva e com vida sexual ativa (especialmente de forma desprotegida) tendem a ficar mais expostas à doença. Aquelas que estão vivendo o pós-parto também merecem uma atenção especial, “devido à manipulação da cavidade uterina (por exemplo, no parto cesárea, nos exames de toque vaginal, com possível infecção da bolsa amniótica, entre ouras situações)”, finaliza a ginecologista e obstetra.