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Grávida pode tomar amoxicilina? Há antibióticos seguros na gestação?

Os remédios que tratam infecções bacterianas têm uma classificação, e nem todos são indicados durante essa fase

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 26 jul 2023, 16h51 - Publicado em 26 jul 2023, 16h44

É comum infecções bacterianas acometerem gestantes. Na maior parte, os casos são de infecções urinárias, a cistite (quando atinge apenas a região da bexiga) e a pielonefrite (quando os rins são afetados, dando origem a um quadro mais grave).

Por outro lado, há doenças causadas por bactérias que são sazonais. No inverno, por exemplo, a qualidade do ar piora, assim como a temperatura diminui. Por isso, é comum processos alérgicos habituais se agravarem – como a rinite, que acaba evoluindo para uma sinusite.

Para o bem-estar da mãe e do bebê, o tratamento das infecções é químico e a principal medicação indicada é o antibiótico. “Sem o remédio, você não consegue curar esses quadros adequadamente”, explica Carlos Moraes, ginecologista e obstetra membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Há antibióticos bastante indicados para infecções, como é o caso da amoxicilina, da oxacilina e da tetraciclina. Cada um é categorizado pela Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), a agência de saúde dos Estados Unidos. No entanto, não são todos os medicamentos antimicrobianos autorizados para a gestantealguns são nocivos para o desenvolvimento do bebê.

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Qual antibiótico é seguro tomar na gravidez?

Existem várias alternativas para cada infecção. Tradicionalmente, o grupo de tetraciclinas, que estão dentro da categoria D, segundo a FDA (entenda abaixo o que a letra significa), não deve ser indicado para a gestante, “devido ao risco de malformação óssea e dentária do feto”, explica o obstetra. São eles a doxiciclina, a eravaciclina, a minociclina e a omadaciclina, informa o Ministério da Saúde.

Enfermeira marcando prontuário médico perto de mulheres grávidas
(JGI/Jamie Grill/Getty Images)

a amoxicilina é liberada durante a gestação, sempre com orientação médica. O antibiótico faz parte do grupo B da FDA e não causa riscos ou efeitos colaterais graves à mãe e ao bebê. Dentro desta categoria também estão a clindamicina, a penicilina G ou benzilpenicilina, a penicilina V e a vancomicina.

Classe de medicamentos na gravidez

A lista da FDA classifica o nível de segurança de medicamentos e o seu potencial de risco para o bebê e para gestante entre as categorias A, B, C, D e X. Para resumir, veja o que cada uma significa:

  • A: remédios seguros e estudados em humanos, que não apresentam risco ao feto nos três trimestres de gestação.
  • B: estudos em animais não mostraram risco para o feto, mas não há estudos humanos adequados.
  • C: estudos em animais mostraram efeitos adversos no feto OU não há nenhum estudo em animais e humanos (os medicamentos ainda podem ser indicados para a gestante em situações específicas).
  • D: estudos adequados mostraram evidências de efeitos colaterais para o feto, mas os benefícios do uso podem superar os riscos do medicamento (no caso de doenças graves).
  • X: estudos mostraram riscos claros e nenhum benefício.

Muitos medicamentos podem ser usados ​​com segurança e eficácia na gravidez, ainda assim, a agência americana informa que “a decisão de tomar ou não o remédio não é isenta de preocupação”. O médico que acompanha a grávida é que deve indicar o uso ou não de remédios.

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