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Saiba como prevenir e diferenciar doenças respiratórias comuns no inverno

Os casos aumentam no pronto-socorro e são, às vezes, inevitáveis. Mas dá para melhorar a respiração dos pequenos e protegê-los nessa época do ano.

Por Chloé Pinheiro
28 jun 2018, 12h34

Mães e pais sabem bem que, junto com o frio, costumam vir várias doenças respiratórias, da simples gripe aos ataques de asma e outras condições. E os números e filas de hospitais comprovam esse aumento. Para se ter ideia, no Hospital Pequeno Príncipe, referência em atendimento infantil de Curitiba, uma das capitais mais geladas do país, o atendimento do pronto-socorro mais do que triplicou entre fevereiro e maio.

Isso ocorre por vários motivos. “A inalação constante do ar gelado e seco irrita as mucosas das vias aéreas, e essa inflamação local facilita a entrada de vírus e bactérias que podem provocar infecções”, explica o pneumologista pediátrico Paulo Kussek, chefe do serviço de Pneumologia do Pequeno Príncipe. Para quem já tem um quadro alérgico, como asma e rinite, esse efeito é ainda mais sentido, e as crises aumentam de incidência.

Quando estamos falando de crianças pequenas, há um componente extra nessa história. “Abaixo dos sete anos, o organismo está mais suscetível à doenças pois o sistema imunológico ainda está aprendendo a lidar com os vírus e bactérias”, explica Kussek. E quanto mais novo o filho, maior essa fragilidade.

Como diferenciar os quadros mais graves

Nos bebês, o primeiro contato com o VSR (Vírus Sincicial Respiratório) pode trazer doenças mais sérias, como a pneumonia e a bronquiolite. Para diferenciar, fique atento em sinais que vão além da coriza, tosse e espirro. “Febres que não passam mesmo com remédio, dificuldades para respirar, mamar, cansaço, apatia e o fato de conseguir enxergar os movimentos de respiração, que indica esforço excessivo para puxar o ar, são sinais de alerta”, ensina Kussek.

Isso vale também para as crianças mais velhas, que podem ser acometidas por outras infecções virais e bacterianas, inclusive mistas. De qualquer maneira, o ideal é fazer o diferencial com o médico, que pode indicar o melhor tratamento. Se o problema for um vírus, por exemplo, de nada adiantará tomar um antibiótico.

E mesmo as crises alérgicas podem comprometer bastante a saúde e serem confundidas com um mero acúmulo de muco no pulmão. “O broncoespamo, que provoca chiado no peito e dificulta a respiração, é um estreitamento dos brônquios do pulmão provocado por uma agressão, seja ela um ataque de asma ou uma infecção”, conta Kussek. Nessa situação, o ideal é também procurar atendimento médico, pois é preciso usar remédios específicos.

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Como proteger os pequenos

Nem sempre dá para evitar as doenças, mas algumas medidas preventivas já diminuem bastante esse risco. Especialmente manter a carteirinha de vacinação em dia – o que, aliás, anda em falta no Brasil. As vacinas não apenas protegem contra microrganismos específicos como ainda treinam o sistema imunológico para que ele esteja mais desenvolvido e “esperto” quando outra ameaça surgir.

Limpar frequentemente o nariz para tirar as secreções, manter o ambiente limpo, sem excesso de brinquedos ou de coisas e com ventilação também é importante”, orienta Kussek. Os hábitos de higiene, como lavar constantemente as mãos, devem ser ensinados desde o berço. Falando em higiene, quando o pequeno voltar da escolinha – que é um foco constante de contaminação por conta da proximidade entre várias crianças – o correto é já tirar o uniforme.

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Por último, de nada adianta correr ao hospital quando os sintomas aparecem, mas fugir do pediatra o resto do ano. “O médico da emergência está ali para resolver um problema pontual, não avaliará o desenvolvimento da criança como um todo”, destaca Kussek. E, se a saúde não estiver em dia, qualquer pequeno vírus ou bactéria será bem mais ameaçador.

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