O Brasil tem 677 casos confirmados e pelo menos duas mortes provocadas pelo sarampo desde fevereiro, com mais uma em investigação. No mês de junho, quando os dados da baixa cobertura vacinal foram divulgados, o número estava em 293.
As ocorrências estão concentradas em dois estados. No Amazonas, até terça-feira (17), foram confirmados 444 casos e outros 2.529 estavam em investigação. Já em Roraima, eram 216 confirmações e mais 160 investigações em curso. Segundo nota do Ministério da Saúde, todos os casos estão relacionados à importação do vírus de regiões onde ele atualmente circula, como a Venezuela.
Como justificativa, o órgão aponta que o genótipo do vírus que foi identificado nos casos nacionais, chamado de D8, é o mesmo que circula no país vizinho. O texto diz ainda que medidas estão sendo tomadas para interromper a transmissão e impedir que a doença se estabeleça de vez por aqui. Ou seja, de “importada” passe a “nacional”.
A importância de vacinar as crianças
Os pequenos estão mais sujeitos à infecção do vírus do sarampo, que viaja pelas gotículas da respiração e provoca febre, manchas vermelhas pelo corpo. Em sua forma mais grave e rara, pode acometer o sistema nervoso central e levar à morte.
Apesar de ameaçador, o sarampo é totalmente prevenível com a vacina. Por isso, os menores são o foco da imunização que ocorre há anos no Brasil, mas que, de 2015 para cá, viu sua taxa de sucesso cair.
Dados preliminares do Ministério da Saúde indicam que a cobertura em 2017 foi de 85,21% na primeira dose e de 69,95% na segunda dose. O ideal é que ela esteja em 95% para que o Brasil mantenha certificado de país livre do vírus do sarampo, conquistado em 2016. Se a transmissão permanecer por 12 meses, ele passa novamente a ser considerado endêmico no país.
Outras ocorrências
O Rio de janeiro informou ao governo nacional sete casos de sarampo. São Paulo e Rondônia reportaram um caso cada um, enquanto o Rio Grande do Sul acumula 8. A primeira notificação no Sul do país veio de um menino de um ano que havia voltado da Europa. O continente europeu, onde o movimento antivacina tem mais força, teve quase 15 mil casos da doença registrados em 2017 e 57 mortes desde 2016.
A campanha de vacinação vem aí
A vacina contra o sarampo está disponível nos postos de saúde o ano inteiro, mas o Ministério da Saúde garante que não há motivo para correr aos postos, pois já está realizando bloqueio vacinal – ou seja, um esforço para vacinar toda a comunidade – nas cidades com registros da doença.
Se você não mora nesses locais e está com a carteirinha do seu filho está atrasada, anote na agenda a data da campanha nacional de vacinação contra o sarampo e a polio: entre 6 e 31 de agosto. O Dia D ocorre no dia 18, um sábado, quando costumam haver mais locais disponíveis e horários estendidos para tomar as doses.
Crianças de 1 a menores de 5 anos devem receber uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral). Já aquelas com idade entre 5 e 9 anos que não foram vacinados anteriormente recebem duas doses da tríplice viral com intervalo de 30 dias entre elas.