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Sono na gravidez: a importância de dormir cedo para mãe e bebê

Isso quer dizer que existe um horário ideal para ir para a cama, sabia? Entenda como a questão pode afetar a produção hormonal

Por Carla Leonardi
4 jul 2023, 15h10

“Durma enquanto você pode…”. Se você está grávida, é provável que já tenha recebido esse aviso (muitas vezes, inconveniente) de alguém. A frase faz referência à alteração da rotina noturna que acontece após o nascimento do bebê, mas a verdade é que o sono durante a gestação é muito importante – e não tem nada a ver com “estocar” energia para o pós-parto.

“Uma rotina de sono saudável influencia não apenas na saúde da gestante, mas de qualquer pessoa. Nosso corpo é programado, teoricamente, para que a gente durma quando o sol se põe e acorde quando o sol nasce. Há todo um ciclo circadiano envolvido nisso e, consequentemente, também a produção hormonal (como de cortisol e melatonina). Tudo isso impacta a nossa saúde de forma geral”, explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli. Ciclo circadiano, vale lembrar, é o nome dado ao ritmo das funções biológicas que nosso organismo exerce ao longo do dia.

Ir dormir, no máximo, às 22h30

Se, para qualquer pessoa, dormir o suficiente e bem é essencial, para a mulher grávida, então, mais ainda, já que isso influencia também na saúde do bebê. A produção de hormônios é parte fundamental da gestação e que, quando o sono é afetado, há toda uma cadeia de fatores acionada. Segundo Mantelli, o sono insuficiente e sem qualidade pode levar até a restrição do crescimento fetal.

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A qualidade é uma questão importante aqui. Isso significa que ir dormir às duas da manhã e acordar às dez, completando 8 horas de sono, está longe de ser o ideal. Mais um vez, o ginecologista e obstetra reforça o ciclo circadiano – apesar da quantidade de horas, ainda assim produção de hormônios é prejudicada.

“Colocamos 22h30 como um horário limite para ir dormir, mas, se possível, é melhor até antes disso”, alerta o médico. Mas, atenção: não adianta ir para a cama com a TV ligada ou com o celular nas mãos. “Aquela luz incidindo diretamente no olho ativa a glândula pineal e, consequentemente, corta uma produção hormonal que começaria”, chama a atenção. Por isso, o melhor é abster-se das telas pelo menos uma hora antes.

Mulher deitada na cama, no escuro, mexendo no celular.
(SHVETS production/Pexels)

Higiene do sono na gestação

Para se ter uma ideia, um estudo publicado pelo American Journal of Obstetrics and Gynecology Maternal Fetal Medicine (AJOG MFM), em março deste ano, relacionou a exposição a essas luzes antes do sono a uma maior incidência de diabetes gestacional. Outra pesquisa, publicada na Nature, examinou o impacto da insônia e outros distúrbios do sono no risco de parto prematuro.

É por isso que essa mudança de hábito, comumente chamada de “higiene do sono”, é tão importante – deixar o quarto escuro e silencioso, ideal para dormir, mantendo o celular bem longe da cama e, é lógico, no modo silencioso. “Isso ajuda muito na produção de hormônios, na qualidade de sono e na maior quantidade do sono REM, que é reparador”, finaliza Mantelli.

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