Grávida pode fazer mamografia?

Embora não seja recomendado, há alguns casos em que o exame das mamas pode ser solicitado pelo médico durante a gestação

Por Carla Leonardi
19 out 2023, 14h30
Na foto, há uma grande barriga de grávida, com as duas mãos sobre ela. A blusa, de lã, está levantada, deixando a barriga de fora. Há um filtro rosa sobre a imagem.
 (Arte: Victoria Daud / Foto: Cavan Images/Getty Images)
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Se você está ou já esteve grávida, provavelmente sabe que há diversas restrições durante a gestação. Remédios que não podem ser tomados, procedimentos que devem ser evitados… Tudo pensando na saúde do bebê, ainda em formação dentro do útero. Mas e a mamografia, tão importante na detecção do câncer de mama, também não pode ser feita?

“Todos os exames que envolvem radiação são evitados na gestação, mas isso não significa que não sejam feitos em mulheres com alto risco”, explica Karina Belickas, ginecologista, obstetra e mastologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Ou seja, podendo evitar, é melhor. Isso quer dizer que, se você planeja engravidar e já tem uma rotina anual de mamografia, o ideal é se planejar para fazer o exame antes ou depois da gestação. “Mas vale lembrar que, na gravidez e durante a amamentação, a estrutura da mama muda totalmente, então é mais difícil fazer achados e diagnosticar”, pondera a médica.

Karina lembra ainda que a principal forma de avaliação da mama é o exame físico, alertando que o chamado “tumor de intervalo” acontece com frequência – é aquele que aparece entre uma consulta anual seguida da rotina de exames e outra. Por isso, o autoexame rotineiro é tão importante.

Na imagem, há a ilustração de um corpo feminino rosa em fundo branco, do pescoço até a pelve. Na imagem, ela faz o autoexame, tocando a mama esquerda com as duas mãos.
(LCOSMO/Thinkstock/Getty Images)
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Caroço no seio durante a gravidez

E se a mulher está grávida e sente um caroço no seio? “Primeiro, tem que ser feita a avaliação clínica, que é o exame físico, para ver se aquilo é um nódulo mesmo, uma alteração de pele, um cisto sebáceo… Num segundo momento, pode ser feito um ultrassom complementar, que consegue identificar se o nódulo tem um aspecto suspeito ou não”, detalha a especialista do Santa Joana, reforçando, mais uma vez, que a estrutura das mamas fica alterada na gestação e na amamentação.

“A ressonância nós não pedimos, porque ela demanda um contraste que não pode ser administrado em gestantes e deve ser evitado em mulheres que estão amamentando, portanto, não é uma opção para esse público”, adverte.

Se, no ultrassom, houver alguma suspeita, é indicada uma biópsia. “Aí, caso seja um câncer, vamos precisar de exames complementares”, diz Karina. Entre eles, pode estar a mamografia, mas note que há todo um percurso até essa necessidade aparecer. Além disso, a médica destaca que, ao contrário do que muitos pensam, o câncer pode ser tratado durante a gravidez. “Muitas vezes, é possível fazer a parte cirúrgica, além de alguns tipos de quimioterapia“, afirma.

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Autoexame sempre!

A ginecologista, obstetra e mastologista lembra, por fim, que, embora a maioria das pessoas acredite que o câncer de mama só aparece depois dos 40 anos, a realidade não é essa. “De 12% a 17% dos casos entre as mulheres brasileiras ocorrem antes. A população mais jovem precisa se preocupar, fazer o autoexame, questionar o médico caso perceba algo diferente na mama e, se houver suspeita, investigar”, finaliza.

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