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8 coisas que você precisa saber aos 20 se quer ser mãe aos 30

Entenda o que já deve ser corrigido - ou incluído na rotina - mesmo se objetivo for ter filhos só lá na frente.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 26 out 2023, 09h29 - Publicado em 20 abr 2018, 18h31

Faz tempo que não é mais regra engravidar entre os 20 e os 30 anos, mas esse período é considerado o auge da fertilidade. É que, depois disso, a quantidade de óvulos disponíveis para fecundação – chamada de reserva ovariana – começa a cair.

O tamanho da tal reserva ovariana é determinado principalmente pela genética, e quanto a isso parece não haver muito a ser feito. “A partir dos 30, algumas mulheres já apresentam diminuição na reserva, que se acentuará aos 35, 40”, explica Joji Ueno, ginecologista e obstetra diretor médico da Clínica Gera, em São Paulo.

Só que a fertilidade não depende somente do número de óvulos, mas de outros fatores. E esses podem ser acompanhados logo cedo para que, no futuro, a família cresça conforme o planejado. Veja quais são eles!

1) Manter-se no peso ideal

Tanto a obesidade quanto o sobrepeso estão ligados à Síndrome do Ovário Policístico (SOP), condição que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil e é uma das maiores causadoras de infertilidade. Isso ocorre porque a doença vem acompanhada de uma piora na ação da insulina, o hormônio responsável por colocar o açúcar dentro das células. Para compensar essa queda, o pâncreas começa a secretar mais da substância.

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Só que, no ovário, ela entra sem dificuldade e promove alterações hormonais que levam aos cistos – daí a síndrome – e atrapalham a ovulação, quando o órgão libera óvulos para serem fecundados. Tanto que estima-se que 75% das portadoras têm dificuldade para engravidar. “A boa notícia é que, ao perder entre 5 e 10% do peso total, esse problema pode se resolver”, aponta Ueno.

2) Não fumar

Que não se deve fumar na gravidez você sabe, mas as tragadas anos antes diminuem as chances de sequer gerar um bebê no futuro. “As toxinas do cigarro afetam a qualidade dos óvulos e dos espermatozóides”, destaca Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia Obstetrícia e Medicina da Reprodução (IPGO).

Além de influenciar nos óvulos, o cigarro pode impactar ainda em outros processos necessários para a fertilidade, como a produção de alguns hormônios e a implantação do embrião no útero quando a fecundação ocorre.

3) Ir ao ginecologista regularmente

A ideia é detectar cedo problemas como a SOP. É que, se eles vão evoluindo, podem chegar a um ponto onde o dano à fertilidade seja permanente. Outra enfermidade importante aqui é a endometriose, doença que, segundo estimativas, afeta 6 milhões de brasileiras. “Ela pode provocar alterações na anatomia do sistema reprodutor”, comenta Cambiaghi.

Fora essas duas, há outros males que, se não combatidos, poderão prejudicar a capacidade de ter filhos, como os miomas e os pólipos uterinos. Pelo sim, pelo não, vale visitar o ginecologista uma vez ao ano.

4) Ficar de olho nas ISTs

As doenças sexualmente transmissíveis atacam os órgãos responsáveis pela reprodução e podem ser silenciosas. Entre elas, as principais são a clamídia e a gonorreia. “No geral, elas provocam um estado de inflamação na região de pelve, que se não controlado atinge trompa e ovários, e há risco de danos irreversíveis nessas estruturas”, alerta Cambiaghi.

Por isso, não dispense o preservativo e faça exames que incluam também seu parceiro — ele nem sempre manifesta sintomas, mas pode estar carregando algum vírus ou bactéria causador de ISTs.

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5) Controlar o estresse

O elo entre uma coisa e outra ainda está sendo estudado, mas é fato que o estilo de vida moderno tem seu efeito na fertilidade. Suspeita-se até que ele acelere a diminuição natural do estoque de óvulos. “Hoje vemos mulheres cada vez mais jovens com baixa reserva ovariana, o que pode ser relacionado com o estresse em excesso e outros hábitos de vida inadequados”, comenta Cambiaghi.

A principal linha de investigação sobre o assunto aponta para a bagunça hormonal propiciada pelo estresse crônico. Tanto que mulheres sob tensão podem até deixar de menstruar ou terem um ciclo irregular. Ainda não se sabe se o efeito é de longo prazo, mas o corpo todo se beneficia quando a mente se acalma – e quanto antes isso acontece, melhor para a saúde.

6) Congelar os óvulos

Essa é uma sugestão dos médicos para mulheres que pretendem engravidar após os 35 anos. “Depois desse período, não só a quantidade de óvulos diminui, mas a qualidade deles também”, expõe Ueno. Aos 28 anos, 12 óvulos congelados oferecem até 50% de chances de gravidez aos 40.

O processo é simples: o médico estimula os folículos que produzem os óvulos e, no momento adequado, os recolhe e congela. Sob temperaturas negativas, eles resistem por décadas até que a mulher deseje engravidar.

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7) Caprichar no cardápio

A alimentação equilibrada é um dos pontos do estilo de vida que influencia na fertilidade. Claro que é importante consumir frutas, legumes e verduras, mas o ponto aqui é evitar o excesso de nutrientes que podem comprometer os planos de se tornar mãe.

Em uma grande revisão sobre o assunto feita pela Universidade de Milão, na Itália, e publicada no periódico Nutrients, os autores apontam classes específicas de substâncias com papel negativo. Em especial, gorduras e carboidratos simples que, se consumidos além da conta, teriam potencial para bagunçar o metabolismo e liberar substâncias que atrapalham o funcionamento dos órgãos reprodutores.

8) Fazer exames específicos

Não é obrigatório, mas se há o plano de estender a família, mulheres podem fazer testes que avaliam a reserva ovariana. São vários tipos, por isso vale conversar com o médico para entender qual é o método que melhor funcionará para você.

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“Considero o do hormônio anti-mulleriano o mais importante, e é interessante não esperar para fazer mais tarde, assim dá para avaliar as chances de ter filhos no futuro e traçar um plano a partir daí”, aponta Ueda.

Dosagem de hormônios de outras regiões, como os da tireoide, também são indicados para as futuras mamães. Mas vale destacar que esses exames não são uma sentença, uma vez que a responsabilidade pela fertilidade, como vimos, se estende para bem além dos ovários.

 

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