Continua após publicidade

As consequências da obesidade para a fertilidade

O médico Mauricio Chehin, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, esclarece questões cruciais para auxiliá-la a realizar o sonho da maternidade.

Por Dr. Maurício Chehin
Atualizado em 28 nov 2016, 18h13 - Publicado em 19 fev 2015, 15h28

O sonho de constituir uma família, alimentado por tantos casais, pode esbarrar em fatores genéticos, biológicos e até comportamentais. Estresse, ansiedade, automedicação, anabolizantes, hábitos alimentares inadequados, tabagismo e consumo de álcool podem levar a um quadro de infertilidade. Entre estes fatores, a obesidade, além de causar déficit de vitaminas no organismo, é uma das principais causas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o excesso de peso como um dos principais problemas de saúde dos países desenvolvidos. No Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o mal afeta 51% da população. É difícil mensurar, no entanto, o número de pacientes obesos que sofrem com a infertilidade. Dados da OMS mostram que cerca de 60 milhões de brasileiros não conseguem ter filhos, pelos mais variados motivos – o que equivale a um em cada dez casais no país.

Você deve estar se perguntando: como a capacidade reprodutiva é influenciada pela obesidade? Manter hábitos saudáveis – de vida e, principalmente, na alimentação – aumenta a longevidade e a qualidade dos espermatozoides e óvulos, que facilitam a evolução do tratamento para a fertilização.

Nas mulheres, a produção hormonal das células gordurosas pode ocasionar irregularidade do ciclo menstrual e uma ovulação não efetiva. Além disso, a própria obesidade também contribui para a diminuição da qualidade dos óvulos.

Continua após a publicidade

Uma pesquisa divulgada na revista Obstetrics and Gynecology Clinics of North America mostrou que o tecido adiposo trabalha na produção de adipocinas, substâncias que influenciam na comunicação entre as células do corpo. Se esta ‘comunicação’ não é feita adequadamente, pode afetar as regiões do cérebro responsáveis pelo controle do ciclo ovulatório. O tecido adiposo em excesso pode prejudicar a funcionalidade do organismo, pois a gordura é armazenada em diferentes células e tecidos, inclusive nos óvulos, afetando a sua qualidade. No homem, o excesso de gordura causa o aumento da temperatura nos testículos, que leva a uma diminuição da produção e qualidade dos espermatozoides.

Porém, é importante ressaltar que manter um estilo de vida saudável refletirá positivamente em todas as áreas da vida e, claro, ajudará a encontrar o equilíbrio para a tão esperada maternidade. O bem-estar do casal também influencia em uma gestação tranquila e feliz. Uma dica para começar é procurar a ajuda de um profissional que poderá acompanhar a rotina de ambos. Outra dica é caprichar na dieta rica em legumes, frutas e verduras, cálcio e magnésio, que ajudam a regular os hormônios e manter o corpo e a mente em equilíbrio.

Publicidade