Antes da Páscoa, as redes sociais pipocaram com fotos de Karina Bacchi em sua 22ª semana de gestação. O bebê é fruto de uma fertilização in vitro e de uma gravidez tardia: a modelo realizou o sonho de ser mãe aos 40 anos de idade. Isso une duas tendências: além das mulheres estarem postergando cada vez mais os planos de ter um filho, esse processo também tem dependido cada vez menos de se ter um parceiro.
Segundo pesquisa do Instituto Data Popular de 2015, das 67 milhões de mães brasileiras, 31% não são casadas, como também é o caso da atriz e de muitas mulheres que procuram pela técnica de reprodução assistida. A produção independente tem sido, de forma crescente, uma escolha consciente da mulher moderna. E, embora existam outros modelos familiares possíveis, existe uma questão concomitante a esse panorama. A fertilidade feminina declina fortemente após os 35 anos de idade. Neste contexto, a indicação é procurar um profissional especializado, para a paciente entender e escolher a melhor maneira de se preservar a fertilidade.
Na prática, a forma mais eficaz da mulher conceber em situações de produção independente é por meio da fertilização in vitro (FIV), em que a fecundação é feita em laboratório e depois o embrião é transferido para o útero materno. No caso das chamadas mães solo, existem procedimentos que complementam a FIV e auxiliam a independência da mulher na maternidade.
A técnica é ideal para as mulheres que postergam a gravidez e querem tê-la com os próprios óvulos. O caso da atriz também é este e a fertilização foi feita com os óvulos congelados quando ela tinha 35 anos, idade limite para garantir a qualidade deles. A partir deste ponto, as chances de engravidar caem para cerca de 30%, segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Isso porque, até os 32 anos, chega a ser de até 60%.
Banco de espermatozoides
Essa é a alternativa para a produção independente e também foi pelo que Karina optou. Para isso, existem bancos nacionais e internacionais, nos quais há uma descrição mais completa das características do doador, cuja identidade sempre deve ser mantida anônima. Na ocasião, o pai biológico não participa das decisões e não exerce seu papel na futura família.
Outro procedimento contempla também quem não tem óvulos saudáveis. As mulheres podem recorrer à ovodoação e, neste caso, as identidades de doadora e receptora também são anônimas. A doadora também não tem participação na nova configuração familiar. As três alternativas, aliadas a qualquer tipo de tratamento, devem ser escolhidas caso a caso, dependendo das necessidades e da saúde da futura mãe. O papel da reprodução assistida nesse processo é colocar a ciência a serviço da autonomia da mulher, enquanto dona de seu corpo e protagonista de sua maternidade.