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Ser mãe toma mais tempo do que ter dois empregos, pesquisa mostra

O levantamento levou em conta mães norte-americanas, mas a sobrecarga é unanimidade quase mundial quando o assunto é cuidar dos filhos.

Por Chloé Pinheiro
20 mar 2018, 16h46

Cansaço e estresse são queixas rotineiras das mulheres, que costumam acumular jornadas no trabalho e em casa. E os números recentes apontam que há mesmo uma diferença de gênero neste ponto – como mostrou neste mês o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar a notícia de que elas trabalham até oito horas a mais por semana do que os homens no cuidado com a casa ou com os familiares.

Mas o panorama pode ser ainda mais significativo do que isso, especialmente quando a maternidade entra em cena. É o que aponta outra pesquisa do ano passado, encomendada pela empresa norte-americana Welch’s com mais de 2 mil mães. De acordo com os relatos das próprias mulheres, o expediente total delas dura em média 98 horas por semana, ou o equivalente a ter cerca de 2,5 empregos em tempo integral.

A jornada típica da mãe norte-americana mostrada pela pesquisa começa às 06h23 e vai até 20h31 em um dia típico. São 14 horas sem parar, e vale destacar que as mulheres tinham filhos entre 5 e 12 anos. Ou seja, trata-se de um período onde as crianças já estão até mais independentes e, mesmo assim, elas acabam tendo em média apenas pouco mais de 1 hora ao dia de tempo para si mesmas.

Como resultado desta alta demanda, as participantes também relataram sacrifícios comuns, dos mais simples como ter hobbies até coisas básicas para a saúde mental como socializar com os amigos que não tem filhos, se recuperar ao ficarem doentes, sair para encontros e ficar um tempo sozinhas.

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Custo para a saúde

A sobrecarga, a longo prazo, cobra seu preço. Veja esse mega estudo da Universidade de Turim, na Itália, feito em 2015 com mais de 105.000 mulheres do país. Ao comparar os dados sobre o número de filhos das mães do grupo e a incidência de doenças cardíacas, os pesquisadores descobriram que o risco de algum problema no coração era 18% maior a cada filho que uma mulher que trabalhava fora tinha.

Por outro lado, mulheres que tinham filhas não apresentaram um risco cardíaco elevado. A hipótese dos pesquisadores para essa diferença é a divisão de tarefas domésticas desigual na sociedade italiana, onde as meninas acabam ajudando mais a mãe em casa.

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