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SBP lança manual de orientação de atividade física na infância

Entre as diretrizes estão incentivar as brincadeiras, como andar de bicicleta, e limitar a zero o tempo de telas para os pequenos até dois anos de vida.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 jul 2017, 19h49 - Publicado em 28 jul 2017, 19h34

Segundo dados do Ministério da Saúde, a obesidade cresceu 60% no Brasil nos últimos dez anos. Sabemos que a alimentação inadequada e o sedentarismo são fatores que interferem diretamente no aumento dessa condição. Com o objetivo de chamar a atenção dos pais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou na última quinta-feira, 27, um manual de orientação para a promoção da atividade física na infância e adolescência.

“A obesidade na infância e na adolescência é um problema mundial que acarreta custos elevados aos sistemas de saúde. Jovens obesos apresentam maiores probabilidades de desenvolverem fatores de risco que podem causar doenças como diabetes, hipertensão, depressão, alterações ortopédicas e articulares, por exemplo”, ressalta Luciana Rodrigues Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O documento, disponível no site da instituição, ressalta a importância dos exercícios para a saúde das crianças, que através desse incentivo passam a ser adultos mais ativos também. A cartilha apresenta recomendações divididas por faixa-etária, que abrangem de 0 a 2 anos, de 3 a 5 anos, e de 6 a 19 anos. Entre as diretrizes estão incentivar as brincadeiras, como andar de bicicleta, e limitar a zero o tempo de telas para os pequenos até dois anos de vida. Confira as instruções:

Crianças de 0 a 2 anos de idade

1. Bebês devem ser incentivados a serem ativos, mesmo que por curtos períodos, várias vezes ao dia.

2. Bebês que ainda não começaram a se arrastar/engatinhar devem ser encorajados a serem fisicamente ativos alcançando, segurando, puxando e empurrando, movendo a cabeça, corpo e membros durante as rotinas diárias e durante atividades supervisionadas no chão, incluindo tempo em decúbito frontal.

3. Bebês que conseguem se arrastar/engatinhar devem ser encorajados a serem tão ativos quanto possível em um ambiente seguro, supervisionado e estimulante.

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4. Crianças que conseguem andar sozinhas devem ser fisicamente ativas todos os dias durante pelo menos 180 minutos em atividades que podem ser fracionadas durante o dia e ocorrerem em ambientes fechados ou ao ar livre. Os 180 minutos podem incluir atividades leves, como fi car de pé, movendo-se, rolando e brincando, além de atividades mais energéticas como saltar, pular e correr.

5. Crianças dessa faixa etária não devem permanecer em comportamentos sedentários por longos períodos, exceto quando estão dormindo. O comportamento sedentário representa o tempo em que as crianças estão fazendo muito pouco movimento físico, como passear de carro ou fi car no carrinho de bebê. Permanecer em comportamentos sedentários por longos períodos não é benéfico para a saúde e para o desenvolvimento da criança e deve ser evitado.

6. Até os dois anos de vida recomenda-se que o tempo de tela (TV, tablet, celular, jogos eletrônicos) seja ZERO.

Crianças de 3 a 5 anos de idade

1. Crianças dessa faixa etária devem acumular pelo menos 180 minutos de atividade física de qualquer intensidade distribuída ao longo do dia, incluindo uma variedade de atividades em diferentes ambientes e que desenvolvam a coordenação motora.

2. Brincadeiras ativas, andar de bicicleta, atividades na água, jogos de perseguir e jogos com bola são as melhores maneiras para essa faixa etária se movimentar.

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3. A partir dos três anos de idade atividades físicas estruturadas, como natação, danças, lutas, esportes coletivos, entre outras, também podem ser paulatinamente incluídas.

4. Comportamentos sedentários devem ser fortemente evitados e recomenda-se que o tempo de tela seja limitado em 2 horas por dia, sendo que quanto menos tempo gasto frente às telas será melhor.

O manual ainda traz informes dedicados aos pediatras, que devem questionar os pacientes sobre os exercícios e pensar em estratégias para mudar os seus hábitos impróprios, aos professores de educação física e as escolas, que precisam incentivar atividades ao ar livre e até rever o modelo tradicional de ensino onde os alunos ficam sentados durante a aula, e aos pais, que são responsáveis por tornar os finais de semana ativos, fazer os exercícios com os filhos e estimulá-los a participar das tarefas domésticas – como arrumar o quarto e os brinquedos.

Também é possível encontrar orientações para as próprias crianças e adolescentes, além de sugestões de políticas públicas que visam erradicar o sedentarismo na infância – como proporcionar espaço para os baixinhos realizarem atividades físicas nos colégios, construir ciclovias nas cidades, estimular o fechamento de ruas perto de parques, incluir pediatras nas Unidades de Saúde da Família e também inserir professores de educação física em todas as escolas.

 

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