A bolsa estourou e as contrações ficaram mais intensas e frequentes. Não é preciso ter passado por um parto anterior para saber que sinais como estes significam que é hora de correr para o hospital, né? Mas além dos indícios óbvios, o corpo da mulher está em constante mudança e pode sentir – de forma discreta ou nem tanto – que o nascimento do pequeno se aproxima, por meio de incômodos físicos ou até sensações emocionais.
Claro que os sintomas nem sempre são fáceis de serem interpretados e podem variar de gestante para gestante, mas fato é que, se na reta final da gravidez alguns dos itens da lista aparecerem por aí, pode ser que esteja chegando o momento de conhecer o bebê.
Chegando na 36ª semana? Então confere só alguns itens que merecem atenção:
1. Aumento nas contrações de Braxton Hicks
No começo do terceiro trimestre, a mulher pode sentir um tipo de incômodo diferente, que são as chamadas contrações de Braxton Hicks ou “contrações de treinamento” e que estão geralmente relacionadas à movimentação do bebê.
“Diferente das de trabalho de parto, elas são mais esporádicas, não são dolorosas na maior parte das vezes e tem pouca duração – normalmente de 20 a 30 segundos”, explica Dra. Ana Lúcia Beltrame, ginecologista e obstetra especialista em Reprodução Humana
De acordo com ela, chegando perto do momento do parto estas contrações podem aumentar em número e intensidade até chegarem no “pródromo de trabalho de parto”, que seria um período que antecede o nascimento mas sem que haja modificação no colo do útero.
2. Pressão na pelve
Você já deve ter ouvido alguém comentando que a barriga de tal pessoa “abaixou”. Apesar de ser uma observação subjetiva e que nem sempre vale para todas as mulheres, a verdade é que a barriga pode realmente diminuir alguns centímetros devido à movimentação do bebê, que começa a se insinuar na pelve e “encaixa” na bacia, como relata a Dra. Beatriz Barbosa, ginecologista obstetra com especialização em parto humanizado.
Como consequência, o movimento pode ser sentido pela gestante na forma de uma pressão na região da pelve. “É fato que a gestante pode começar a sentir uma pressão na pelve, mostrando que o bebê pode estar entrando no estreito superior da pelve e pressionando o osso púbico”, esclarece Ana Lúcia.
3. Sensação de respirar com mais facilidade
Também relacionada à esta “descida” do bebê para a área pélvica, muitas mulheres podem sentir que estão respirando com mais facilidade em comparação aos meses anteriores da gravidez. “Várias pacientes relatam a sensação de uma ‘esvaziada’, especialmente na região próxima ao estômago”, conta
4. Diminuição do movimento fetal
Se antes os chutes eram intensos, é possível que a mãe sinta neste finalzinho seu pequeno movimentando-se menos. A tendência, segundo Beatriz, está ligada à diminuição do volume de líquido amniótico na bolsa. “Isto ajuda a barriga a ‘murchar’ e também favorece a diminuição da movimentação fetal, dando a impressão de que ele se mexe menos”, completa.
5. Maior inchaço nas mãos e pernas
O inchaço está longe de ser algo sentido somente na reta final da gestação. No entanto, como pontua a Dra. Beatriz, ele pode aparecer nas últimas semanas de forma diferente e um pouco mais acentuada, especialmente nas mãos e pernas. “Por conta da compressão final decorrente do crescimento do bebê, os vasos sanguíneos são comprimidos e a circulação prejudicada, o que contribui para o inchaço”, comenta a especialista.
Ela ainda acrescenta algumas outras queixas levantadas pelas mães neste período que antecede o parto, como dor lombar mais intensa, maior fadiga e cansaço, maior dificuldade de dormir e sensação de batimentos cardíacos acelerados.
6. Aumento de secreção vaginal
É normal que a mulher sinta a vagina ficar mais úmida ao longo dos meses da gravidez. Porém, com o parto ainda mais próximo, esta sensação de umidade pode se intensificar ainda mais com a perda do chamado tampão mucoso.
“Há a saída de mais secreção vaginal, mucosa e normalmente acompanhada de um pouco de sangue. Isto significa que o colo do útero está sendo modificado, mas não necessariamente que a gestante está entrando em trabalho de parto”, afirma Beatriz.
Em alguns casos, é possível sim que a saída deste tampão indique o início do trabalho de parto, mas eles devem vir acompanhados de outros sinais (confira todos eles aqui) e vale sempre consultar o seu médico para saber que cuidados tomar e se já é hora de partir para o hospital.