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Crianças que assistem muita TV são mais propensas a vícios, diz estudo

Segundo o trabalho, o excesso de telas na infância é um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos com álcool, tabaco e jogos na fase adulta

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 10 jan 2023, 16h24 - Publicado em 10 jan 2023, 16h19

Uma infância acompanhada de seriados e programas televisivos cria memórias marcantes. Quem é que nunca vivenciou a sensação de nostalgia aconchegante ao recordar ou reassistir às produções favoritas de quando se era pequeno? Da mesma forma que a TV consegue produzir essas lembranças, ela também pode influenciar o comportamento das pessoas na idade adulta. Quem afirma isto são pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia.

O estudo – publicado na revista científica Springer Link nos últimos meses – sugere que passar tempo assistindo à televisão durante a infância e a adolescência está associado a um maior risco de desenvolver transtornos com álcool, tabaco, maconha e jogos de azar na fase adulta (independentemente de fatores como gênero, status socioeconômico e autocontrole). Para o achado, os cientistas utilizaram dados exclusivos do Estudo de Dunedin, uma investigação que acompanhou a vida de mais de mil bebês nascidos entre 1972 e 1973.

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Os resultados suportam a ideia de que utilizar em excesso o tempo de lazer para televisão entre os 5 e os 15 anos de idade pode ser um fator de risco para posteriores distúrbios. “Esta pesquisa indica que, para algumas pessoas, assistir à televisão pode ser sinal precoce de um transtorno de dependência ou levar a distúrbios relacionados a substâncias e outros vícios”, afirma Helena McAnally, autora do estudo, ao portal da Universidade de Otago.

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Além disso, identificou-se que os indivíduos que faziam uso de uma substância ou apresentavam transtorno comportamental eram mais propensos a ter um segundo transtorno. O hábito de lazer também foi associado a piores resultados de saúde e bem-estar na idade adulta.

“O estudo destaca a necessidade de orientação sobre saúde e bem-estar digital, campanhas de agências de saúde pública poderiam ser usadas para defender o uso seguro das telas. A recomendação da AAP (Academia Americana de Pediatria) de duas horas de tempo de tela diário é um guia razoável para lazer em crianças e adolescentes”, afirmou o coautor Bob Hancox.

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