A história da mãe de 51 anos que decidiu ser barriga de aluguel da filha
A norte-americana foi diagnosticada com uma síndrome que a impossibilitava de engravidar e agora acompanha a gestação da mãe, que está no segundo trimestre.
Recentemente, o relato da norte-americana Breanna Lockwood viralizou nas redes sociais ao revelar que, após incontáveis tentativas frustradas de fertilização, ela havia encontrado uma pessoa disposta a carregar o seu bebê durante os nove meses de gestação: sua mãe.
Julie Loving, de 51 anos, ofereceu-se para ser a barriga de aluguel da filha depois de acompanhar a dor da jovem em uma série de acontecimentos dramáticos – desde seus tratamentos para fertilidade, até o aborto espontâneo de gêmeos e por fim ao ser diagnosticada com Síndrome de Asherman (AS), uma condição adquirida na qual se formam aderências dentro da cavidade uterina que impedem a fixação e desenvolvimento do embrião.
A primeira reação de Breanna ao ouvir a proposta da mãe foi de relutância, mas depois de ler sobre casos semelhantes de mulheres mais velhas que gestaram como barriga de aluguel começou a se convencer. A boa saúde de Julie, por ser maratonista e triatleta, também serviram como incentivo. “Eu realmente senti que teria uma boa chance”, disse a mãe ao Insider.
“Eu nunca usei nenhuma medicação e tive duas gestações tranquilas dos meus filhos, então senti que seria uma boa candidata. Além de que eu queria ser avó tanto quanto Breanna queria ser mãe. Então foi muito fácil para mim tomar esta decisão”, completou ela.
Dos exames até o resultado positivo
Depois de três meses de testes, Julie recebeu a autorização do médico para iniciar o procedimento. “Aaron e eu coletamos o nosso DNA reprodutivo, fertilizado, testado e congelado via FIV, enquanto minha mãe tinha sucesso em cada teste preliminar que era submetida, para que estivesse apta a nos dar este presente”, postou a jovem.
Em fevereiro, o embrião foi implementado na mãe e, duas semanas depois, a notícia positiva veio: ela estava grávida! Em um depoimento nas redes sociais da filha, Julie abriu seu coração sobre sentir na pele toda a angústia e obstáculos que mulheres com infertilidade enfrentam todos os dias.
“Quando eu olho para as gestações anteriores, não consigo deixar de rir por desacreditar de quanto eu tomava isto como garantido. Uma vez que o teste de gravidez dava positivo… Eu sabia que teria o bebê. Os meses até o parto foram sem grandes preocupações”, declarou.
“Mas nos últimos 3 anos eu fui dolorosamente exposta ao que as mulheres com problemas de infertilidade lidam diariamente e a como às vezes elas escondem suas dores e desespero. Agora, encaro todos os dias com gratidão enquanto sigo esta jornada e todos os dias a esperança continua a crescer”, acrescentou ela.
Revelação do gênero e… pandemia!
Após ver o bebê pela primeira vez no ultrassom, a norte-americana aproveitou para contar em suas redes que espera uma menina. O único porém – que ela e nem a mãe poderiam prever – é que a gravidez aconteceria em plena pandemia do novo coronavírus. “As incertezas com o vírus e com a gestação são aterrorizantes… especialmente neste período frágil que é o primeiro trimestre”, disse Breanna.
Fora as inseguranças do momento, ela revelou que a mãe está achando a experiência similar às que já viveu no passado, com as suas outras gestações. “O único maior sintoma que ela sentiu é um super cansaço! É sério, neste primeiro trimestre eu nunca vi uma pessoa dormir tanto! Ela teve uma leve náusea, mas no geral bem ligeira e tranquila!”, escreveu a filha.
A última atualização sobre a gravidez de Julie, que chegou à 23ª semana de gestação no fim de julho, aconteceu através de uma foto bem especial, na qual a grávida aparece usando um vestido que ganhou de presente da filha.
O marco das 24 semanas
O post mais recente de Breanna trouxe reflexões sobre um assunto bastante delicado, principalmente para as mulheres que lidam com problemas de infertilidade: o período de viabilidade fetal, que acontece na 24ª semana. A partir deste momento, os especialistas consideram o feto capaz de viver fora do útero – e chegar até este marco fez a jovem lembrar de suas perdas anteriores.
“Cada etapa que atingimos na gravidez é sentida como uma conquista, eu me lembro do começo desta jornada quando eu estava tentando atravessar algumas dificuldades. Cada novo obstáculo que surgia na minha frente, os pensamentos apareciam como ‘se eu conseguir passar por isto, vai ficar tudo bem’. Percebo agora, com a aproximação da maternidade, que estarei sempre preocupada com este pequeno ser”, escreveu ela.