O sono do bebê pode se tornar um bicho de sete cabeças, principalmente para os pais de primeira viagem. Por mais que não exista um consenso quanto à melhor forma de colocar a criança para dormir, todos concordam que ter uma boa noite de sono é fundamental, tanto para o pequeno quanto para os responsáveis.
Para ajudar a sanar algumas dúvidas frequentes que circundam esse tema, Heidi Skudder, especialista em sono da Stokke (empresa norueguesa que fabrica produtos para crianças), contou em entrevista ao The Sun o que os pais devem levar em consideração e o que devem ignorar quando se trata do sono infantil.
A rotina pode ser flexível
Segundo Heidi, muitos pais se sentem inseguros em relação a estabelecer uma rotina, pois pensam que isso implica seguir horários extremamente rígidos em detrimento das vontades do bebê.
“Isso simplesmente não é verdade, e uma ‘rotina flexível’ pode beneficiar até mesmo as pessoas mais desorganizadas, quando se trata de saber o que o bebê precisa seguir”, afirmou. A especialista explicou que, embora ainda existam muitas abordagens rígidas, ela recomenda seguir uma rotina para o bebê de acordo com o estilo de vida de seus pais ou cuidadores.
Procure deixar o bebê no berço
A entrevistada lembra que os bebês tendem a ter dificuldade na transição do colo para o berço. Por isso, é importante que os pais, aos poucos, adaptem os filhos para que eles também consigam ficar sozinhos por um tempo determinado.
“A conexão é muito importante para você e seu bebê, então aproveite os momentos de carinho com o recém-nascido, mas depois, pratique colocá-lo deitado, encostando primeiro os pés dele no berço, seguidos pela cabeça”, sugere, acrescentando uma outra dica, caso o pequeno se mostre resistente: “Se a criança se mexer ou parecer incomodada, segure-a de lado enquanto a tranquiliza e, quando estiver calma, coloque-a de barriga para cima, para finalmente dormir.”
Não tenha medo de pedir ajuda
De acordo com Heidi, os pais não devem ter receio de pedir ou de investir em ajuda. Porém, para ela, muitos gastam uma fortuna em produtos e gadgets que prometem auxiliar o sono do pequeno quando, na verdade, isso envolve muito mais do que um “berço que balança”.
“Eu aconselharia os novos pais a gastar menos da metade desse dinheiro (nem isso!) para discutir seus problemas com um profissional respeitável”, disse a especialista, ressaltando que isso ajuda a moldar o sono gradualmente desde o início. É preciso, portanto, prestar atenção a métodos que só funcionam por um curto período e que, muitas vezes, precisam ser retirados da rotina conforme a criança cresce.
Não se prenda aos padrões da “parentalidade positiva”
Skudder afirmou que não existe um consenso em relação às práticas do sono e que os pais não devem se sentir desconfortáveis se acharem que não estão praticando a “parentalidade positiva”.
“Ao criarem uma imagem do que um pai ‘positivo’ faz ou não faz com o sono de seu bebê, é possível que os novos pais se sintam sobrecarregados, caso seus instintos em relação ao assunto não se encaixarem nesse conceito”, Heidi comentou.
“A realidade é que toda paternidade e toda maternidade amorosa e responsiva é positiva. Buscar ajuda para o sono do bebê e querer fazer mais do que apenas rotulá-lo como normal não é, de forma alguma, não ‘positivo’. Na verdade, poderíamos até argumentar que é mostrar compaixão máxima tanto por você quanto pelo seu filho”, completou.
Não normalize seu cansaço
Embora entendamos que bebês acordem frequentemente para se alimentar durante a noite quando são pequenos, não conseguir um bom período de sono como pais não necessariamente é a regra. Para Skudder, a questão poderia ser muito mais tranquila com um pouco de apoio e uma abordagem amorosa.
“Em um momento em que os problemas de saúde mental materna estão aumentando, vende-se aos novos pais a ideia de que noites inquietas são normais e que eles precisam de toda a ajuda possível para sobreviver a elas, em vez de esperar noites melhores”, disse. Ela alerta ainda para o fato de que o sono é um dos maiores preditores cientificamente pesquisados da depressão pós-parto.
Por fim, é importante lembrar sempre de que não existem fórmulas mágicas e o que funciona para uma criança não necessariamente funciona para outra. Busque informações, converse com profissionais, faça tentativas e entenda o que pode funcionar melhor na sua casa.